ONG, sindicatos e grandes empresas pediram nesta quarta-feira à Comissão Europeia que reduza mais que o atualmente previsto as emissões de gases de efeito estufa na União Europeia (UE).
“A Comissão se esquece de recomendar uma revisão dos objetivos de carbono da UE antes de 2030, com vistas ao objetivo fixado em Paris de limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5º C”, escreveu o Greenpeace em um comunicado.
O acordo assinado durante a COP21, em Paris, em dezembro passado, visa a conter o aquecimento “muito abaixo dos 2º C” e pede aos países para “prosseguir com os esforços para limitar o aumento a 1,5º C”, lembrou a organização ambientalista.
No entanto, o atual objetivo da União Europeia foi fixado em 2014, com a finalidade de limitar a elevação das temperaturas a 2º C. Assim, a UE prevê uma redução de 40% antes de 2030 com relação a 1990 das emissões de gases de efeito estufa, acrescentou.
O Greenpeace expressa sua “decepção”, pois a Comissão se nega a contemplar a possibilidade de fixar novas metas climáticas antes de 2023.
O eurodeputado verde francês Yannik Jadot, referindo-se ao acertado na COP21, também destacou que “as repercussões deste acordo para a Europa são claras: a União Europeia tem que revisar seus objetivos em matéria de clima e energia para 2020, 2030 e 2050”.
A Rede Ação pelo Clima da Europa, que reúne 120 ONGs em trinta países também pediu à UE a elevar seus objetivos.
“É preciso conseguir baixar em muito mais que 40% as emissões de gases de efeito estufa antes de 2030 e aproximá-las de zero em 2050”, declarou Wendel Trio, diretor da Rede, em um comunicado conjunto da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) e um grupo de grandes empresas, entre as quais estão Coca-Cola e GlaxoSmithKline.
Um calor abrasador cobriu a Terra no ano passado como nunca antes, fazendo de 2015 no ano mais quente desde que os registros tiveram início, no fim do século XIX, aumentando a preocupação sobre o avanço acelerado das mudanças climáticas.
Recordes de calor foram observados em quase todo o mundo, incluindo a América Central, metade norte da América do Sul, partes do norte, sul e leste da Europa, bem como no oeste da Ásia e importantes regiões da Sibéria. (Fonte: UOL)