Sem chuva por quatro dias, o nível de água do Sistema Cantareira ficou estável pela primeira vez em abril nesta sexta-feira (8) e opera com 66,1% da sua capacidade, considerando as duas cotas do volume morto, segundo dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Na quinta-feira (7), o manancial também operava com 66,1%.
Até o momento, as represas do Cantareira registraram 0,9 mm de chuva em abril, considerado o início do período seco no estado de São Paulo. O esperado para o mês são 88,7 mm. Em março, as represas receberam 179,6 mm, o equivalente a 0,89% acima do esperado para todo o mês, que era 178 mm. Em 30 de dezembro de 2015, o Sistema Cantareira deixou a dependência do volume morto após 19 meses.
Além do Cantareira, ficaram estáveis nesta sexta-feira os sistemas Alto Cotia e Rio Claro. O Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande tiveram queda em relação à quinta-feira.
Veja o nível de todos os sistemas:
– Cantareira: 66,1% da capacidade
– Alto Tietê: 42,4% da capacidade
– Guarapiranga: 85,3% da capacidade
– Alto Cotia: 100% da capacidade
– Rio Grande: 94,5% da capacidade
– Rio Claro: 101,7% da capacidade
Índices – Após uma ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices do Cantareira. Nesta sexta-feira, o segundo índice estava em 51,1% e considera o volume armazenado na capacidade total, incluída a área do volume morto. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume morto na área total dos reservatórios e estava em 36,8% na manhã de sexta-feira.
O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo, mas atualmente abastece 5,7 milhões por causa da crise hídrica que atingiu o estado em 2014. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes, para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.
Volume Morto – A reserva técnica começou a ser bombeada em maio de 2014. Na época, ainda havia água no volume útil. Em julho, porém, o sistema passou a operar somente com o volume morto. Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, alertam que o Cantareira ainda segue em crise porque não se recuperou totalmente. A Sabesp também informou que não descarta voltar a usar a reserva técnica no próximo período seco, com a chegada do inverno.
O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril.
A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial. (Fonte: G1)