As mudanças climáticas poderiam colocar certas espécies de antílopes africanos em risco de extinção, particularmente aqueles com menor delimitação geográfica, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (28).
Os antílopes já são motivo de preocupação. Um terço das 87 espécies no mundo está ameaçada, de acordo com o trabalho publicado na edição de 28 de abril da revista “Current Biology”.
No futuro, o aquecimento global irá “causar um declínio desproporcional de antílopes africanos com delimitações geográficas menores, colocando a taxa dos mais ameaçados em ‘perigo dobrado'”, afirma o estudo.
Aqueles que apresentam riscos maiores são do tipo que prefere climas mais frios e secos, de acordo com o trabalho.
Usando modelos climáticos para estimar as condições sob vários cenários de emissões até 2080, os estudos prevem que 82% das espécies de antílopes africanos veria um declínio em seu habitat adequado.
Cerca de um em cada quatro teria que lidar com sua delimitação diminuída pela metade devido a certas condições, como chuva pesada e calor severo.
O status da ameaça sobre 10 espécies foi estimado como o pior como resultado direto da mudança climática.
“O estudo mostra claramente que várias espécies de antílopes precisam de uma ação de preservação urgente para que a extinção seja evitada”, disse Jakob Bro-Jorgensen, da Universidade de Liverpool.
Espécies que são encontradas somente em áreas muito restritas “são normalmente mais exigentes quanto à combinação de condições de temperatura e precipitação de que necessitam e, por isto, áreas mais suscetíveis são mais prováveis de desaparecer quando temperatura e precipitação não mudam juntos”, completou Bro-Jorgensen.
Não se espera que a mudança climática melhore o status de ameaça na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) de qualquer antílope africano.
“Nosso estudo mostra que as mudanças climáticas provavelmente golpearão a vida selvagem ainda mais forte do que pensávamos porque as espécies já ameaçadas tendem a perder uma proporção maior de sua delimitação”, explicou.
Um desastre para os antílopes poderia ser evitado com mais planos de uso do solo ambientalmente amigáveis, completou. (Fonte: G1)