Casas irregulares vêm sendo construídas em um terreno que fica a 150 metros da Represa de Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo. O espaço faz parte de uma área de proteção ambiental e deveria ser usado apenas para atividades de lazer e agricultura sustentável. Por conta das obras, mais de 10 mil metros quadrados de Mata Atlântica foram devastados, próximo à represa. As informações são do SPTV.
À reportagem, associados da obra reconheceram que as construções estão irregulares, mas disseram que enviaram toda a documentação necessária para uma liberação à Prefeitura e, há meses, aguardam uma resposta. Eles disseram que contrataram uma empresa de gestão ambiental para auxiliar no serviço e garantiram que ao menos 57% da área foi preservada.
O terreno, de um milhão de metros quadrados, era do antigo Clube de Regatas Tietê. Em 2012, a área começou a ser leiloada para quitar dívidas. Três anos depois, em 2015, a instituição adquiriu um terço do espaço, por R$ 15 milhões. Ilegalmente, a Minha Casa, Meu Doce Lar começou a dividir o espaço adquirido em lotes destinados à venda.
O analista da Fundação SOS Mata Atlântica Eduardo Reis Rosa criticou o desmatamento da área. Ele afirmou que todas as mudanças feitas no solo podem afetar a qualidade da água da represa.
“Com a parte de aterros, os resíduos são carregados pra dentro da represa. E até a parte de desmatamento também acaba desprotegendo o solo, e a água, quando chove, leva resíduos pra dentro da represa”, disse.
No início das obras, em outubro de 2015, o SPTV registrou a derrubada de árvores para a construção de casas no espaço. Ao visitar o terreno, neste ano, um grupo de pessoas tentou impedir as gravações. Mais tarde, o acesso da reportagem foi permitido. (Fonte: G1)