As bactérias intestinais existem há mais de 15 milhões de anos, o que representa uma antiguidade maior que a do próprio ser humano, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (21) na revista especializada “Science”.
Cientistas da Universidade do Texas, na cidade de Austin, reconstruíram a árvore genealógica das bactérias intestinais até descobrirem que a origem de sua existência antecede à do ser humano.
A bactéria intestinal guiou o primeiro desenvolvimento dos intestinos, condicionou o sistema imunológico em sua luta contra os patógenos e pode chegar a afetar o humor e o comportamento, segundo a pesquisa.
“É surpreendente como nossos micróbios intestinais, que talvez tenhamos adquirido de muitas outras fontes, tenham estado coevoluindo dentro de nós por tanto tempo”, disse o professor de biologia integrada Howard Ochman, que liderou o estudo.
De acordo com a pesquisa, as bactérias intestinais procedem de um antecedente comum e, há 15,6 milhões de anos, a bactéria que vivia nos gorilas tomou seu próprio caminho evolutivo. A bactéria própria dos humanos apareceu há 5,3 milhões de anos, quando divergiu da bactéria dos primatas.
Os pesquisadores coletaram amostras fecais dos grandes símios africanos e de humanos de Connecticut, que contêm micróbios que podem revelar sobre o que acontece no intestino dos animais.
Ochman e seus colegas reconstruíram árvores genealógicas das bactérias dos símios e dos humanos até determinarem sua evolução. O próximo passo da pesquisa será determinar se as bactérias intestinais de símios e humanos também têm antecedentes comuns com outros mamíferos e répteis. (Fonte: UOL)