Os 217 municípios do estado do Maranhão poderão ficar mais quentes e mais secos até 2070. É o que indica pesquisa inédita do Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizada em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os resultados do estudo foram divulgados nesta terça-feira (08/11), em São Luís (MA), durante o Seminário Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima.
Segundo a pesquisa, entre 2041 e 2070, a temperatura na porção Oeste do Maranhão poderá aumentar até 5,4°C, como por exemplo, no município de São Pedro da Água Branca. Em cidades da porção central do estado, como Barra da Corda e Jenipapo dos Vieiras, o aumento pode chegar a 4,8°C. O litoral seria a parte menos afetada, com acréscimos entre 2,8°C (em Cururupu e Porto Rico do Maranhão) e 3,3°C (em Cândido Mendes e Turiaçu).
O estudo indica que as populações que vivem na parte Centro-Oeste do estado poderão sofrer com o avanço de períodos de estiagem. Dois exemplos são Altamira do Maranhão e Alto Alegre do Pindaré onde a previsão é de aumento de mais de 90% em comparação com o período atual.
A gerente do Departamento de Licenciamento e Avaliação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Celina Xavier de Mendonça, explica que o objetivo do projeto é mensurar, a partir de indicadores, a vulnerabilidade das pessoas em relação à mudança do clima. “Só quando se tem ciência do que afeta e, dentro disso, o que mais prejudica cada área, é que é possível agir”, destaca.
São Luís – Na capital maranhense, a temperatura poderá ter um aumento de 3,1°C nos próximos 25 anos. Em relação ao volume de chuvas, São Luís poderá ter uma redução de 30,3%. Além disso, os períodos de estiagem podem subir 65,4%.
O estudo mostrou que São Luís e Porto Rico do Maranhão seriam os municípios mais adaptados para lidar com a mudança do clima, em virtude da estrutura socioeconômica, do número de leitos hospitalares e da atuação da Defesa Civil. A cidade menos adaptada seria Marajá do Sena. As projeções indicam que além das populações, algumas atividades como a pesca, pecuária, agricultura, extração de madeira e babaçu podem ser afetadas, caso não sejam adotadas estratégias de adaptação.
O projeto – O estudo faz parte das atividades do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima, criado em 2014, com recursos do Fundo Clima. O principal objetivo é o desenvolvimento de um índice de vulnerabilidade que avalia a exposição, sensibilidade e capacidade adaptativa da população aos impactos associados à mudança do clima.
“Essa é uma ferramenta fantástica para prefeitos, governadores e gestores. São informações extremamente importantes, em escala municipal, para o embasamento e planejamento de políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas”, destaca Mendonça.
Foram escolhidos seis estados, representativos por bioma, para participar do projeto: Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Maranhão, Amazonas e Mato Grosso do Sul. O Maranhão é o quarto estado a receber os resultados. Os próximos serão Amazonas e Mato Grosso do Sul. A gerente do MMA conta que a intenção é expandir a pesquisa para as outras unidades da Federação. “Mas isso vai depender de recursos e do interesse dos estados “, informa. (Fonte: MMA)