A poluição, ocupação desregulada e o excesso de substâncias como fósforo foram responsáveis pela proliferação de cianobactérias e na consequente interdição de parte do Lago Paranoá para o banho e a pesca. A conclusão foi divulgada na quinta-feira (22) na sede da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). A área foi liberada nesta quinta-feira para a população.
“Conclui-se que a proliferação de cianobactérias no Lago Paranoá não está vinculada a um único fator, mas à combinação de diversos fatores naturais e provocados pelas ações humanas, e que estão intimamente relacionados com o uso e ocupação que são feitos do solo em toda a bacia do Paranoá, há muitos anos, tais como ocupações irregulares, desmatamento, impermeabilização do solo, lançamento de esgotos tratados e não tratados”, consta no relatório final da investigação.
A investigação da mancha verde que atingiu 5,5% do lago envolveu técnicos de quatro instituições. As fortes chuvas ocorridas na segunda semana de novembro, no Distrito Federal, escoaram por meio das bocas de lobo e galerias, e levaram para o lago uma carga de nutrientes, incluindo o fósforo, que são essenciais para o crescimento das cianobactérias.
Antes das chuvas, a cidade passou por um longo período de estiagem. Com o nível baixo, houve acúmulo de nutrientes e micro-organismos em áreas de remanso. Ao ter o fluxo da água refeito com as chuvas, esse material foi levado para dentro do Lago Paranoá. O relatório aponta ainda o uso e a ocupação da superfície em toda a bacia do Paranoá. São citados o desmatamento, as ocupações irregulares e a impermeabilização do solo.
O documento sugere a manutenção sistemática das galerias pluviais e a correção de ligações clandestinas de esgoto para minimizar o problema. As recomendações são feitas à Adasa, à Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Entre as medidas já anunciadas pelo governo do Distrito Federal estão o reforço na fiscalização da área e a limpeza de bocas de lobos. (Fonte: Agência Brasil)