O rio Tamanduateí teve seu curso alterado ao longo dos anos. São Paulo começou a crescer e passou a enxergar o Tamanduateí de outro jeito. Como o rio era muito sinuoso e ocupava espaço demais, surgiu a ideia de ocupar essa área para construções e passagens de rua. As águas do Tamanduateí que rasgavam a cidade foram desviadas para um curso artificial.
Os mapas abaixo mostram como era o curso do Tamanduateí de metade do século XIX e início do século XX.
Em 1850, o Tamanduateí era sinuoso por toda cidade, que praticamente cresceu grudada nele. A população usava o Tamanduateí para banho, lavaras os cavalos e charretes.
“Ele tem uma importância econômica grande no começo da urbanização da cidade de São Paulo, principalmente porque você tem pescadores, lavadeiras, o mercado dos caipiras e o Porto Geral”, relata a historiadora Maira Rios.
A Ladeira Porto Geral era o caminho para o Porto Geral, onde chegavam as mercadorias, inclusive escravos, trazidos pelo Tamanduateí até São Paulo. A Rua 25 de Março era cheia de água. Fazia parte da várzea do Tamanduateí e era chamada de Beco das 7 voltas.
Mas logo São Paulo cresceu. A cidade que em 1872 tinha 30 mil habitantes passou a ter 240 mil em 1900 – multiplicou a população por 8 em menos de 30 anos. O mapa do Tamanduateí começou a mudar.
Em 1894 o mapa já mostra um canal do rio e as curvas começaram a sumir.
O Tamanduateí foi ficando cada vez mais reto até chegar à sua forma atual.
Outros rios também passaram pelo mesmo processo, como o Tietê e o Pinheiros. A São Paulo úmida e pantanosa ficou para trás. (Fonte: G1)