O governo federal fortalecerá a conservação florestal e o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono no país. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, defendeu nesta terça-feira (13/06), no Rio de Janeiro, o engajamento dos setores públicos e privados e da sociedade civil para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no Brasil. A declaração ocorreu no seminário Rio Clima 2017, que celebra os 25 anos da realização da Rio 92, na capital fluminense.
Os esforços de todos os segmentos brasileiros viabilizarão o alcance das metas assumidas pelo país no contexto do Acordo de Paris sobre mudança do clima. “O financiamento público é importante, mas não será suficiente”, declarou o ministro. “Precisamos criar instrumentos financeiros inovadores, voltados para negócios sustentáveis, que mobilizem os recursos necessários”, acrescentou Sarney Filho.
Entre as medidas em curso, o ministro destacou o combate ao desmatamento e o corte de emissões no setor agropecuário. “Estamos trabalhando com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) ganhe mais centralidade na política de crédito agrícola”, explicou. Sarney Filho citou, ainda, os diálogos com a sociedade para elaborar a estratégia nacional de realização das metas brasileiras para o clima.
Os setores envolvidos com a agenda climática ressaltam as oportunidades de novos negócios e investimentos voltados para a sustentabilidade. “É um processo irreversível e absolutamente compatível com a economia”, reforçou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho. “Existe a necessidade de uma ação coletiva e precisamos observar as oportunidades que esse desafio nos traz”, disse.
A visão positiva decorre do processo iniciado com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, realizada há exatos 25 anos. “Incluir a palavra ‘desenvolvimento’ nessa agenda foi o grande diferencial”, resumiu Marcondes. “A Rio 92 mostrou que não é possível dividir o mundo entre meio ambiente, economia e outras questões. Tudo está interligado”, explicou o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim.
A abertura do seminário Rio Clima 2017 também contou com a participação do secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero, do secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Alfredo Sirkis, do embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, e da secretária municipal de Fazenda do Rio de Janeiro, Maria Eduarda Berto. Os debates serão realizados até quarta-feira (14/06).
Saiba mais – Entre os legados da Rio 92 está o estabelecimento da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), com o objetivo de conter o aquecimento do planeta. Todos os anos, os mais de 190 países signatários da UNFCCC reúnem-se na Conferência das Partes (COP) para negociar protocolos internacionais e acompanhar o andamento de pactos firmados anteriormente.
Nesse contexto, em 2015, foi concluído o Acordo de Paris, um esforço global para manter o aumento da temperatura média bem abaixo dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Para atingir esse objetivo, cada país apresentou metas individuais – Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).
O MMA articula, atualmente, a elaboração da Estratégia Nacional de Implementação e Financiamento para a NDC do Brasil ao Acordo de Paris.
Considerada uma das mais ambiciosas, a NDC brasileira estabelece a meta de reduzir as emissões de carbono em 37% até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030 – ambos em referência aos níveis de 2005. Para isso, o país propõe, entre outras coisas, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e alcançar a participação estimada de 45% de energias renováveis na matriz energética. (Fonte: MMA)