Se a emissão de gases de efeito estufa não começar a cair até 2020, pode ser tarde demais para a humanidade conseguir cumprir a meta climática estabelecida pelo Acordo de Paris: a de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. Este é o alerta feito por seis cientistas em um comentário publicado na revista “Nature” nesta quarta-feira (28).
O texto – cuja principal autora é Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da Convenção-Quadro da ONU sobre Clima – cita um relatório de abril que concluiu que, se as emissões continuarem a crescer após 2020, ou até mesmo permanecerem no mesmo nível, as metas de temperatura estabelecidas no Acordo de Paris se tornarão quase inatingíveis.
Para que o planeta não ultrapasse a temperatura estabelecida no acordo, a humanidade poderia emitir, no máximo, entre 150 e 1.050 gigatoneladas de CO2. Caso as emissões continuem estáveis, esse limite pode ser ultrapassado em quatro anos. Para cumprir o acordo de Paris, as emissões de CO2 teriam de cair a quase zero assim que o limite fosse ultrapassado. Para evitar o impacto econômico dessa medida drástica, o ideal é que a queda de emissões ocorra de forma gradual.
Segundo os autores do artigo, é possível atingir a meta caso as emissões comecem a cair a partir de 2020, ou seja, em três anos.
Às vésperas da cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha, que ocorrerá entre 7 e 8 de julho, os cientistas pedem para que os líderes das maiores economias do mundo levem em consideração a importância de que o ano de 2020 seja um ponto de virada em relação às emissões de gases de efeito estufa.
“Diminuir as emissões globalmente é uma tarefa monumental, mas pesquisas nos mostram que isso é necessário, desejável e alcançável”, diz o artigo. (Fonte: G1)