Roraima é o único estado do Brasil com aumento no número de casos de dengue, zika e chikungunya

Roraima é o único estado do Brasil com aumento no número de casos prováveis de dengue, zika e chikungunya em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado é 20º boletim epidemiológico do Ministério da Saúde que inclui dados de janeiro a junho.

No período analisado pelo ministério, foram registrados 103 casos prováveis de dengue em 2016 e 808 em 2017 no estado. O crescimento dos casos de chikungunya foi de 2.635% sendo registrados 60 casos em 2016 e 1.641 neste ano. Os casos de zika prováveis no último ano foram 73 contra 219 até 26 de julho.

Roraima foi o único estado do Brasil que apresentou um crescimento no número de casos de zika no período. O aumento nos casos de dengue também foi registrado no Ceará e os de chikungunya nos estados do Tocantins, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso. Apesar disso, o estado do extremo Norte foi o único onde houve aumento no índice de casos das três doenças.

Segundo dados do governo do estado, de janeiro a julho de 2017 foram confirmados 148 casos de dengue, 171 de zika e 1.550 de chikungunya. A maior parte dos registros se concentra na capital Boa Vista. Na cidade, foram confirmados 96% dos casos de zika, 88% dos de chikungunya e 52% dos de dengue.
Desde maio deste ano, o estado confirma que Roraima vive um surto de chikungunya. Os municípios do interior, inclusive, já foram alertados até sobre uma possível endemia da doença.

O secretário de Saúde adjunto, Paulo Linhares, afirmou que o mosquito Aedes Aegypti se proliferou em Boa Vista e os índices das doenças aumentaram em razão da falta de agentes de endemias que são contratados pela prefeitura.

“Quem tem a função legal, constitucional e recebe recursos para a contratação de agentes de endemia que é aquele servidor que vai na sua casa fiscalizar o seu quintal é a prefeitura”, afirmou Linhares acrescentando que em 2017 apenas 31% das casas do município receberam visitas dos agentes.

Questionado sobre o trabalho que o governo está desenvolvendo depois da criação do Gabinete Integrado de Gestão Emergencial o secretário afirmou que os municípios estão sendo monitorados e cobrados com relação a proliferação das doenças.

Em nota, a prefeitura informou que tem chamado os agentes de combate às endemias para compor dentro de suas possibilidades orçamentárias.

A nota diz também que o município tem desenvolvido um calendário de atividades executadas juntamente com os agentes de combate a endemias e profissionais de saúde, nas unidades e em todos os bairros da capital.

“No período de chuvas as águas são acumuladas em depósitos, garrafas e tampinhas deixadas aleatoriamente nas ruas e residências. Essa é uma situação recorrente registrada em todos os Levantamentos de Índices de Infestação – LIRAa, que demonstra que a maioria dos focos do Aedes aegypti encontram-se em depósitos de lixo acumulado indevidamente nas ruas e quintais das pessoas”, pontuou. (Fonte: G1)