Em pesquisa publicada nesta terça-feira (1º) na revista “Nature Communications”, cientistas da Universidade do Wisconsin-Madison ( UW-Madison), nos Estados Unidos, afirmam que a saliva não é uma das formas de transmissão do vírus da zika.
O grupo fez estudos com macacos e afirma que não é possível passar o vírus com um beijo na boca ou compartilhando talheres, por exemplo. Para chegar a essa conclusão, os animais foram infectados com as cepas do vírus da zika que circulam nas Américas. As salivas dos primatas com e sem o vírus foram recolhidas — um cotonete foi passado em suas amígdalas.
A transmissão por meio da saliva foi levantada como possibilidade após a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em fevereiro de 2016, anunciar que havia encontrado o vírus de forma ativa na urina e na saliva de dois pacientes.
Outros casos também foram reportados. Estudos apontaram que o zika pode ser detectado após duas semanas no sangue e na saliva. Em outros fluidos, como o leite materno e o sêmen, o vírus pode ser encontrado após meses. Além disso, a infecção ocorre também por meio de relações sexuais.
Mesmo com essa detecção após semanas, a pesquisa da Universidade do Wisconsin-Madison apontou que o vírus é encontrado em muito pouca quantidade na saliva em comparação com a infecção por meio de uma picada de mosquito.
“As cargas virais na saliva são baixas, mas também há substâncias antimicrobianas, o que torna esse nível baixo do zika ainda menos infeccioso do que quando acontece de outra forma”, disse Christina Newman, coautora do estudo e cientista do Time Científico Experimental do Zika na UW-Madison.
“A saliva também é um material viscoso”, disse Dawn Dudley, pesquisadora da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da UW-Madison. “Isso dificulta a capacidade de o vírus se movimentar e chegar às células que pode infectar’, completou. (Fonte: G1)