Um dos centros de pesquisas médicas mais importantes do mundo anunciou na quarta-feira (16) o desenvolvimento de um exame de sangue que pode descobrir o câncer bem no começo.
Quando se trata de câncer, que mata mais de oito milhões de pessoas no mundo todos os anos, os médicos têm um desafio em comum: como detectar a doença antes de o paciente apresentar sintomas? Os exames atuais, muitas vezes, não conseguem identificar tumores em estágios iniciais.
Só que isso está para mudar. Os pesquisadores transformaram um simples exame de sangue em uma nova forma de fazer diagnóstico. Tumores, mesmo nos estágios iniciais, liberam partículas de DNA no sangue. Agora, essas pistas genéticas estão sendo identificadas com alta precisão.
O doutor Alessandro Leal foi oncologista no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e agora faz parte da equipe do Hospital Johns Hopkins, um dos mais importantes do mundo. Ele participou da pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16), que conseguiu melhorar e acelerar o relógio do diagnóstico do câncer.
“Nós temos uma precisão de quase 100% em dizer que essa alteração vem de uma célula tumoral”.
Os pesquisadores conseguiram criar um método minimamente invasivo, que identifica rastros do código genético de vários tipos de tumores no sangue.
“Nós utilizamos informação de DNA de 200 pacientes com tumores de mama, ovário, intestino e pulmão. São cânceres extremamente frequentes na população e, quando diagnosticados em fase avançada, a chance de cura é praticamente zero”, conta Alessandro Leal.
Ao detectar o câncer em estágio inicial, a chamada biópsia líquida pode aumentar as chances de cura e sobrevida. Segundos os pesquisadores, o novo exame deve estar disponível para pacientes em um prazo de dois a cinco anos. (Fonte: G1)