Pesquisadores e empresas definem em Campinas/SP futuro dos biocombustíveis

A ampliação do uso de biocombustíveis no Brasil e a regulação do mercado para garantir mais recursos e investimentos no setor são temas de um evento que está reunindo pesquisadores, representantes de diversos ministérios e empresários em Campinas. No encontro será elaborado um documento que dará subsídio técnico ao RenovaBio, programa que está sendo desenvolvido pelo governo federal para cumprir metas internacionais de redução de emissão de poluentes.

O “RenovaBio: Detalhes Técnicos, Certificações e Calculadora” será realizado nesta sexta-feira (18) das 8h30 às 18h no Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). O objetivo é apresentar novas técnicas e pesquisas que otimizam os biocombustíveis, calcular o quanto exatamente eles diminuem a emissão de CO2 e definir como transformar essa redução em títulos financeiros com valor revertido para as empresas que investirem em energia limpa.

“Esse é, sem dúvida, o mais importante programa do estado brasileiro em relação à emissão de poluentes. Esperávamos entre 50 e 60 participantes, mas já temos mais de 180 inscritos”, disse o diretor do CTBE, Gonçalo Pereira.

Além de mostrar novas tecnologias e inovações para o mercado de biocombustíveis, os participantes vão ajudar no cálculo de quanto cada biocombustível reduz a emissão de carbono em relação a combustíveis fósseis utilizados atualmente. Esse cálculo é essencial para que as empresas que investirem nesse setor possam, além do lucro com seus negócios, ganhar com a venda de créditos de carbono por meio de títulos financeiros.

“Temos muita ciência no Brasil, mas há uma distância entre o conhecimento produzido e sua aplicação prática. Com esse estímulo aos empresários, devemos ter muito mais investimento para pesquisas na área”, diz Pereira.

O RenovaBio é um programa elaborado para tentar ampliar a produção e o uso dos biocombustíveis no Brasil. Ele deveria entrar como Medida Provisória (MP), mas o programa foi revisto para que entrasse via Projeto de Lei (PL). O programa pode ser uma eficaz solução para o mercado de biocombustíveis nacional, servindo como modelo a ser seguido globalmente.

Apesar de ser um dos países com maior percentual de uso de biocombustíveis, a falta de regras e as variações de mercado podem colocar em risco as conquistas no setor. O uso de biocombustíveis é estratégico para que o Brasil consiga cumprir as metas de redução de emissão de poluentes assumidos no Acordo de Paris, o COP21. Esse acordo define metas de redução de emissão de carbono a partir de 2020. (Fonte: G1)