Estudo da ONG SOS Mata Atlântica, que será apresentado ao governo do Estado de São Paulo em outubro, mostra que a compensação ambiental feita através de acordos com a concessionária que realizou a obra é insuficiente e que há ocupações irregulares na irregulares na região.
Pelos cálculos da SOS Mata Atlântica, as medidas compensatórias representam cerca de 7% do que foi investido. O valor é de R$ 190 milhões, representando 7,31% do empreendimento, estimado em R$ 2,6 bilhões.
Moradores da região de Embu das Artes afirmam que na área não há esgoto e asfalto e, na época de chuva, fica difícil chegar à região, porque ônibus de transporte público também não acessa a área.
O ajudante geral Rogério Santos diz que comprou um terreno no local há 10 anos, pouco antes do Rodoanel, e que a situação pouco melhorou deste então na localidade, chamada de “Vila Real do Moinho Velho”, às margens do trecho Sul do Rodoanel.
Uma das maiores preocupações na época do projeto do Rodoanel era evitar a pressão urbana sobre áreas de mananciais e mata nativa na Região Metropolitana. Mas tantos anos depois, o solo segue tomado por ocupações desordenadas. Não era nem para as moradias terem ligação com a rodovia.
Para a ONG SOS Mata Atlântica, as ocupações irregulares são a fonte de problemas ambientais que vieram com a construção do Rodoanel. Os ambientalistas dizem que o meio ambiente saiu perdendo. A ONG defende que a ocupação formiguinha, com novas habitações irregulares, leva a mais desmatamento em Embu das Artes.
As taxas de desmatamento registradas no período de 2005 a 2015 na cidade foram superiores à área do parque criado como compensação ambiental, anulando o eventual ganho com a compensação executada. Em 2012, houve um pico de desmatamento chegando a 18.41 hectares.
E o problema continua, pois há ainda moradias sendo construídas e água de esgoto indo direto para o córrego da região, que desaba na represa de Guarapiranga. A ONG defende a implantação de sistemas de fiscalização de áreas de mananciais nestas áreas.
A Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S.A., responsável pela obra, diz que a Câmara de Compensação definiu as áreas que seriam beneficiadas. No caso dos municípios, cada prefeitura definiu o ponto. E que, nos trechos Oeste e Sul, as compensações ambientais foram em mais de 4,8 mil hectares em 15 parques e unidades de conservação.
Fonte: G1