Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) registraram, pela primeira vez, evidências da presença de corujas jacurutu (Bubo virginianus) na região. De acordo com o pesquisador do instituto Mario Cohn-Haft, exemplares de penas da ave, não é tipicamente amazônica, foram avistados nas matas próximas ao Inpa.
“Começou há alguns meses quando a colega Summer me trouxe uma pena que encontrou no estacionamento do campus 2 do Inpa, onde trabalho). Tratava-se de uma pena de asa de coruja muito grande. Na coleção de aves, comparamos com as penas equivalentes das outras corujas conhecidas na região, mas essa era até maior do que a maior coruja que temos (o murucututu). Só restava uma opção, o jacurutu”, afirma o pesquisador.
Na opinião do cientista, esse registro combina com vários outros casos de expansões de distribuição associadas ao desmatamento. “A floresta amazônica de terra firme é um ambiente tão diferenciado que a maioria das suas espécies só moram ali, e dificilmente bichos de fora penetram. Mas na medida que alteramos o meio ambiente, os lugares de ocupação humana, especialmente cidades e fazendas, afastam a fauna da mata nativa enquanto proporcionam habitat para bichos de outros ecossistemas”, explica.
O jacurutu vive em áreas de cerrado e matas de galeria fora da Amazônia. Os poucos registros amazônicos vinham de locais com cerrado ou campinas extensas. “Mas agora o jacurutu mora na cidade de Manaus. O campus do Inpa encosta no campus da Ufam, que por sua vez se cola no nosso conjunto. Fiquem atentos!”, comemora Cohn-Haft.
Fonte: Portal amazônia