Na data em que é comorado o Dia Nacional do Mar (12 de outubro), os Portos do Paraná apresentam os resultados das suas ações voltadas ao controle e monitoramento
“Atividades econômicas importantes para o país e o mundo passam pelas nossas águas, que também representam o sustento de muitas comunidades da região e são o berço de espécies de plantas e de animais”, afirmou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
Segundo ele, os projetos desenvolvidos pelos Portos para conservação do mar e das baías seguem recomendações nacionais e internacionais e contam com uma equipe formada por mais de 40 profissionais, com dedicação exclusiva para a execução de programas ambientais, entre de técnicos – biólogos, educadores ambientais, engenheiros de pesca, engenheiros ambientais e outros.
“Paranaguá é hoje o 3º porto do Brasil em desempenho ambiental. Em 2012 ocupávamos a 26ª colocação. Ou seja, evoluímos muito e colocamos a prevenção e a conservação como prioridade, gerando resultados positivos para a natureza e para a qualidade de vida da população”, disse o secretário de Infraestrutura e Logística José Richa Filho.
QUALIDADE DA ÁGUA – A qualidade da água é monitorada em 32 pontos do mar. Semanalmente, equipes de técnicos analisam amostras retiradas e, até o momento, o trabalho aponta que 96% dos resultados têm ficado dentro dos padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Já o Programa de Verificação da Água de Lastro dos Navios avalia a salinidade e a procedência da água de lastro – usada como contrapeso nos porões das embarcações – em 100% dos navios que atracam nos portos paranaenses. O objetivo é evitar a contaminação do ecossistema marinho natural com espécies exóticas invasoras. A água de lastro pode transportar grandes concentrações de organismos dos mais variados, incluindo bactérias, vírus, larvas de crustáceos e moluscos e ovos ou juvenis de peixes.
“Quando os ecossistemas de origem e destino apresentam algum tipo de similaridade, permitindo a sobrevivência e reprodução de espécies, estes organismos se introduzem na cadeia, provocando sérios desequilíbrios, que repercutem não apenas na questão ambiental, mas chegam a comprometer muitas atividades econômicas. Temos sido rigorosos na verificação que cabe ao Porto”, relata o diretor de Meio Ambiente da Appa, Bruno da Silveira Guimarães. Estima-se que mais de 100 milhões de toneladas de água de lastro sejam lançadas anualmente no litoral brasileiro.
ESPÉCIES MARINHAS – Outra ação da Appa é o monitoramento dos bioindicadores da qualidade ambiental, que são os animais marinhos e grupos de organismos microscópicos que compõe o plâncton, como as microalgas (fitoplâncton), os microcrustáceos (zooplâncton) e ovos e larvas de peixes.
Desde 2014, os biólogos da Appa já identificaram mais de 100 espécies de peixes, 60 de crustáceos, centenas de espécies de micro-organismos planctônicos e foram avistados 7 mil botos e 20 mil aves.
Já o Programa de Monitoramento dos Manguezais, criado no ano passado e que já totaliza seis campanhas amostrais, tem como objetivo avaliar o desenvolvimento das árvores em áreas de mangues localizadas no entorno dos Portos de Paranaguá e Antonina e, também, os processos erosivos nestas áreas. A cada três meses os técnicos vão a campo para fazer a medição das espécies nos manguezais. O trabalho de análise fitossociológica consiste em marcar as árvores e acompanhar o seu desenvolvimento, crescimento e diâmetro. Os técnicos também avaliam impactos naturais como a ação das correntes marítimas e outros decorrentes da interferência humana. São monitoradas 385 árvores das espécies mangue-vermelho (Rhizophora mangle), mangue-negro (Avicennia schaueriana) e mangue-branco (Laguncularia racemosa), árvores típicas do ecossistema manguezal e essenciais para a sobrevivência do mesmo.
SEDIMENTOS – A análise dos sedimentos marinhos – que são pedaços de rochas, pedras e solos levados por rios, lagos e córregos até os oceanos – também é um dos projetos desenvolvidos em prol das boas condições marítimas. O trabalho é importante, pois permite identificar índices de erosão e outras ocorrências ligadas à atuação do homem sobre a natureza. Desde 2015, os resultados desse trabalho têm apontado que todas as amostras retiradas das águas estão dentro da regularidade, ou seja, não indicam prejuízos na natureza.
ATIVIDADE PESQUEIRA – A Appa desenvolve desde 2013, de maneira inédita, o programa de monitoramento da atividade pesqueira nos municípios do entorno – Pontal do Sul, Paranaguá e Antonina. Os dados são fundamentais para a tomada de decisão no que se refere ao número de pescadores que atuam nas Baías de Paranaguá e Antonina, aos equipamentos e utensílios de pesca utilizados e ao volume da produção pesqueira.
Desde o início do monitoramento, os números registrados já somam cerca de 400 toneladas de pescados e 55 mil dúzias de caranguejos, siris, ostras e mariscos. A verificação é feita regularmente em sete pontos de desembarque, onde chega o pescado de 33 comunidades do litoral do Paraná.
O cadastro das embarcações também é importante para os dados sobre a pesca. Nos locais monitorados, são registrados cinco tipos de sistemas produtivos: a pesca estuarina, realizada com embarcações de pequeno porte, utilizando elevada diversidade de artes de pesca; as pescarias de mar aberto, que são classificadas quanto a sua capacidade de carga, de pequeno, médio e grande porte, e possuem menor diversidade de artes de pesca, operando com redes de emalhe ou arrastos; e a categoria voadeira, geralmente representada por lanchas com motores de popa que desembarcam altos volumes de pescado.
Fonte: Governo Paraná