Estudo mostra que 250 empresas emitem um terço do CO2 do mundo

As 250 maiores empresas do mundo com ações em bolsa são responsáveis por um terço das emissões de gases de efeito estufa produzidos pelo homem, mas poucas têm metas ambiciosas de corte para limitar a elevação das temperaturas, mostrou levantamento da Thomson Reuters Financial & Risk, publicado nesta terça-feira (31).

Coal India, Gazprom e Exxon Mobil lideram a lista. O estudo mediu o dióxido de carbono (CO2) emitido por companhias e consumidores que usam seus produtos.

O relatório foi divulgado em meio ao anúncio de que as emissões de dióxido de carbono bateram todos os recordes em 2016 — com o maior nível de concentração na atmosfesta nos últimos 800 mil anos.

“Sem a redução contínua das emissões deste grupo de empresas, não será possível diminuir de forma eficaz os riscos de longo prazo nas mudança climáticas”, informa texto do levantamento da Thomson Reuters Financial & Risk.

Nos últimos três anos, esforços na diminuição das emissões do grupo das 250 empresas foram nulos, “quando deveriam estar diminuindo em cerca de 3% ao ano suas emissões”, diz o documento.

O relatório, escrito em colaboração com a Constellation Research & Technology, grupo de rastreamento de emissões e consultoria, descobriu que o grupo das 250 empresas emitiu um terço do carbono em todo o mundo e que só cerca de 30% delas estabeleceu metas ambiciosas de contenção.

De acordo com o Acordo de Paris, quase 200 nações prometeram conter as emissões para limitar novas ondas de calor, chuvas intensas e a elevação do nível dos mares, e disseram que trabalharão para envolver o setor privado.

No entanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que duvida que as atividades humanas sejam o principal catalisador da mudança climática, planeja retiras seu país do pacto.

Redução nas emissões não afetam lucro

Tim Nixon, um coautor da Thomson Reuters, disse que o estudo não encontrou “nenhum indício” de que as empresas que adotam políticas mais fortes para reduzir suas emissões de carbono foram penalizadas em termos de retornos aos acionistas, lucros ou empregos.

E estudos de caso de companhias como Xcel Energy , Ingersoll Rand e Total , que vêm agindo com firmeza para cortar emissões, mostraram que pode até haver um benefício significativo em se agir, afirmou.

Quase 200 países se reúnem em Bonn, na Alemanha, na semana que vem para trabalhar em um “livro de regras” detalhado para o Acordo de Paris e para encontrar maneiras de fortalecer o pacto em reação ao rompimento anunciado por Trump.

Fonte: G1