O país terá uma nova ferramenta para avançar na adaptação à mudança do clima, processo que busca evitar danos relacionados ao aquecimento global, como secas e enchentes. Foi lançada nesta quinta-feira (07/12) a Plataforma AdaptaClima, que disponibilizará de forma colaborativa e interativa informações sobre o assunto. Com ela, instituições e pesquisadores de todo o país poderão acessar estudos e dados, além de compartilhar suas ações em adaptação.
Os impactos da mudança do clima deverão ocorrer em escala regional, principalmente nas áreas mais pobres. “A estratégia de adaptação se faz necessária para promover a resiliência das populações afetadas”, explicou o secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero. Segundo ele, as zonas costeiras do país também estão entre as regiões impactadas por conta do aumento dos níveis dos oceanos.
Nesse sentido, a AdaptaClima sistematizará informações em áreas prioritárias relacionadas à adaptação, além de promover a comunicação entre quem produz e quem usa conhecimento sobre o tema. “A plataforma vai assegurar que haja uma integração de ações nas áreas de segurança energética, hídrica e alimentar numa perspectiva de longo prazo”, exemplificou Lucero. A iniciativa também tem o objetivo de promover a governança e um modelo de negócios na agenda.
INTERATIVIDADE
A plataforma vai trazer informações em diferentes formatos sobre temas específicos e publicações e ferramentas por região e por setor indicados pelos próprios usuários. A AdaptaClima incluirá rede de profissionais e interface interativa dos dados climáticos para apoiar a tomada de decisão em adaptação, além de materiais para subsidiar a elaboração de estratégias de adaptação.
A ferramenta está entre os objetivos do Plano Nacional de Adaptação (PNA). O desenvolvimento da AdaptaClima foi coordenado pelo MMA e implementado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) e pelo Instituto Internacional pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), com o apoio do Conselho Britânico, por meio do Fundo Newton.
A iniciativa também contribuirá para o crescimento econômico e social aliado à proteção ambiental. “A ligação entre a questão climática e o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é fundamental. E a AdaptaClima traz uma forte base para a construção dessa conexão”, afirmou o diretor de Parcerias do IIED, Tom Bigg. “O governo brasileiro é um parceiro chave para desenvolver a articulação entre essas organizações”, completou.
No Brasil, 65 organizações com atuação relevante na agenda contribuíram ao longo do processo, dos quais 35 participaram ativamente da construção da plataforma. No Reino Unido, 15 organizações foram envolvidas como referência por sua atuação na criação de plataformas de adaptação já existentes.
SAIBA MAIS
A adaptação à mudança do clima envolve o processo de ajuste ao clima atual ou futuro e seus efeitos. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPPC), “em sistemas humanos, a adaptação procura mitigar, evitar danos ou explorar oportunidades benéficas”. Em sistemas naturais, “a intervenção humana pode facilitar o ajuste ao clima futuro e seus efeitos”.
Os cenários de mudança do clima apontam para a alteração do padrão de chuvas e de temperatura, bem como de secas e inundações, o que pode ocasionar possíveis impactos em áreas e populações mais vulneráveis, com pouca capacidade adaptativa à essas mudanças.
Fonte: MMA