Trump diz que EUA podem voltar ao Acordo de Paris

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (10/01), ser “concebível” que os EUA voltem ao Acordo sobre o Clima de Paris.

Durante entrevista coletiva na Casa Branca com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, Trump afirmou que sua principal preocupação com o acordo climático de Paris é que este trata “injustamente os Estados Unidos”, acrescentando que se um acordo melhor puder ser alcançado, Washington poderia ser persuadido a se juntar ao tratado.

“Francamente, é um acordo com o qual não tenho nenhum problema, mas tive um problema com o acordo que eles assinaram, porque, como de costume, eles fizeram um mau negócio”, disse o presidente.

“Então, podemos voltar atrás”, acrescentou o republicano, que anunciou em junho passado sua intenção de retirar os EUA do acordo de 2015 sobre a redução das emissões do aquecimento global. O processo de saída é longo e complexo, e os comentários de Trump renovarão dúvidas sobre se ele realmente pretende se retirar ou simplesmente quer metas de emissões mais flexíveis.

“Entrevista com Mueller é improvável”

Na mesma entrevista, Trump afirmou considerar “improvável” que ele venha a ser interrogado pelo procurador especial Robert Mueller, chefe da investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2016, porque, segundo o presidente americano, “não houve conspiração” de sua campanha eleitoral com o Kremlin.

Ele fez a afirmação ao responder uma pergunta sobre se estaria disposto a falar com Mueller, já que esta semana a mídia americana divulgou a informação de que o procurador especial haveria avisado a equipe de juristas do presidente de que é provável que ele queira entrevistar Trump dentro de semanas.

“Veremos o que vai acontecer, mas quando não há conluio e quando ninguém o acha em nenhum nível, parece improvável que haja uma entrevista”, sublinhou.

“Não houve absolutamente nenhum conluio. Todo mundo sabe disso. Estou já 11 meses na Casa Branca, e estão colocando essa nuvem de falsidades sobre esta administração e sobre este governo”, acrescentou, voltando a acusar a oposição democrata de orquestrar o caso após sua vitória nas eleições.

O ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Michael Flynn e um ex-assessor da campanha eleitoral de Trump estão cooperando com a investigação de Mueller depois de se terem declarado culpados de mentir para o FBI sobre seus contatos com a Rússia.

Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Trump, está sendo acusado por Mueller por 12 delitos, entre eles, conspiração contra os Estados Unidos, fraude fiscal e lavagem de dinheiro, crimes relacionados com seu trabalho como consultor para um partido pró-Rússia na Ucrânia.

Deutsche Welle