Diamantes encontrados em fragmentos do meteorito Almahata Sitta, que caiu na Terra no deserto de Núbia, no Sudão, em 2008, revelam que ele pode ter sido parte de um antigo planeta do Sistema Solar já desaparecido, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (17/04).
Pesquisadores da Suíça, França e Alemanha analisaram as amostras de diamantes encontrados dentro do meteorito que foram coletadas há dez anos. Um telescópio da Nasa no estado do Arizona, Estados Unidos, detectou em outubro de 2008 o asteroide 2008 TC3, de cerca de quatro metros de diâmetro, que se desintegrou ao entrar na atmosfera terrestre.
Os fragmentos recuperados, batizados como Almahata Sitta em referência a uma estação de trem próxima do lugar do impacto, são objeto de estudo desde então.
A partir dos dados obtidos com um microscópio eletrônico de transmissão, os pesquisadores concluíram que algumas dessas rochas contêm diamantes que se formaram sob pressões muito elevadas, acima de 20 gigapascais.
Isso indica que os fragmentos fizeram parte, em algum momento, de um corpo de um tamanho entre o de Mercúrio e o de Marte, o que encaixa com as caraterísticas dos protoplanetas que, segundo os modelos astronômicos, formavam o Sistema Solar em seus primeiros 10 milhões de anos de existência.
“Mostramos que esses grandes diamantes não podem ser resultado de um choque, mas sim de um crescimento que ocorreu dentro de um planeta”, destacou Philippe Gillet, um dos coautores do estudo.
Os resultados do estudo, publicado na revista especializada Nature Communications, apontam que esta pode ser a primeira evidência física da existência desses antigos planetas embrionários. Há anos, pesquisadores acreditam que o Sistema Solar era formado inicialmente por mais planetas. Um deles, chamado de Theia, teria colidido com a Terra e originado a Lua.
Fonte: Deutsche Welle