Uma iniciativa para integrar os biomas e promover a gestão dos ecossistemas brasileiros possibilitou o engajamento de diversos órgãos do governo federal. O ministro substituto do Meio Ambiente, Edson Duarte, abriu nesta quinta-feira a primeira reunião do comitê do Programa Nacional de Conectividade de Paisagens (Conecta), criado em março, com foco na articulação de ações para a manutenção dos processos ecológicos e para o desenvolvimento sustentável no país.
A integração foi classificada como fundamental para garantir a conectividade, conceito que envolve a relação das áreas protegidas com outros espaços contíguos e relevantes para setores produtivos como agropecuária e energia. “Essa é uma agenda estratégica, que irá conectar várias das ações realizadas pelo Ministério”, afirmou Edson Duarte. O ministro destacou, também, a importância das ações executadas por outros órgãos federais envolvidos com a agenda.
Para fortalecer a coordenação dentro do governo, o comitê gestor do Conecta inclui representantes do MMA e das instituições vinculadas, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e das pastas de Agricultura, Ciência e Tecnologia, Defesa e Relações Exteriores. O grupo trabalhará para construir novas iniciativas e identificar as já existentes. “A função chave é definir como catalisar os efeitos e resultados desses projetos, para torná-los mais eficientes”, explicou o coordenador-geral de Conservação do MMA, Rodrigo Vieira.
ADAPTAÇÃO
O Conecta tem como foco a adoção de medidas para que a conservação da biodiversidade aumente a produção de bases sustentáveis, além de promover a adaptação dos ecossistemas à mudança do clima. “A característica do programa é dar condições para a adaptação acontecer, com instrumentos e iniciativas que permitirão, no futuro, uma paisagem adaptada”, afirmou Bráulio Dias, professor do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e ex-secretário-executivo da Convenção de Diversidade Biológica (CDB).
Com o programa, também serão definidas prioridades no nível local, em áreas protegidas, que englobam unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas. “Boa parte da agenda ambiental acontece no território, é preciso identificar as prioridades nessas áreas”, explicou Bráulio. “O assunto de conectividade já atingiu a maturidade necessária”, acrescentou o secretário de Biodiversidade do MMA, José Pedro de Oliveira Costa.
Fonte: MMA