Os rinocerontes-negros selvagens, quatro fêmeas e dois machos, saíram do aeroporto de Port Elizabeth, na costa sul-africana, para uma viagem de 4.800 quilômetros até o Parque Nacional de Zakouma, no Chade. (Foto: Gianluigi Guercia/AFP)
Seis rinocerontes-negros criticamente ameaçados foram levados da África do Sul para o Chade nesta quinta-feira (3), em um projeto pioneiro para reintroduzir os animais em um país onde foram exterminados por caçadores há quase 50 anos.
Os rinocerontes-negros selvagens, quatro fêmeas e dois machos, saíram do aeroporto de Port Elizabeth, na costa sul-africana, para uma viagem de 4.800 quilômetros até o Parque Nacional de Zakouma, no Chade.
Após a transferência, cujo planejamento levou dois anos, os rinocerontes serão liberados em pequenos recintos, antes de serem autorizados a vagar livremente pelo amplo parque.
A segurança foi reforçada em Zakouma, no sul do Chade, e autoridades disseram que a caça ilegal foi “praticamente eliminada” graças ao grupo internacional de conservação African Parks.
“Com frequência, as manchetes sobre os rinocerontes são sobre a sua morte, à medida que se aproximam da extinção”, disse o chefe da African Parks, Peter Fearnhead.
“Hoje estamos participando de um evento histórico e analisando um futuro melhor para esta espécie, que persistiu neste planeta por milhões de anos”.
Fernhead disse que o projeto é uma “história verdadeiramente esperançosa para rinocerontes em toda a África”, e que encorajaria o crescimento populacional e aumentaria a biodiversidade no Chade.
Restam menos de 25.000 rinocerontes em estado selvagem na África, dos quais apenas 5.000 são rinocerontes negros, devido a um surto de caça furtiva.
Nesta quinta-feira, o serviço de vida selvagem do Quênia informou que caçadores mataram três rinocerontes-negros em um santuário especialmente protegido no norte do país.
Dois adultos e um filhote foram mortos dentro do santuário de rinocerontes cercado no Parque Nacional Meru, e seus chifres foram removidos.
Os rinocerontes-negros são classificados como criticamente ameaçados pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
Os rinocerontes são alvejados para alimentar uma demanda crescente por seus chifres na China, Vietnã e outros países asiáticos, onde acredita-se que tenham propriedades medicinais.
Os rinocerontes-brancos do norte desapareceram do Chade há várias décadas, e o último rinoceronte-negro ocidental foi registrado lá em 1972, após décadas de caça furtiva que levaram ambas as subespécies à extinção local.
Os rinocerontes-negros selvagens, quatro fêmeas e dois machos, saíram do aeroporto de Port Elizabeth, na costa sul-africana, para uma viagem de 4.800 quilômetros até o Parque Nacional de Zakouma, no Chade. (Foto: Gianluigi Guercia/AFP)
Fonte: AFP