Acombinação reconhecimento facial e inteligência artificial já é conhecida entre humanos. A polícia chinesa consegue encontrar qualquer um dos milhões que perambulam pelas grandes cidade do país com a ajuda de câmeras e computadores que combinam os traços dos habitantes com o banco de dados do governo.
A tecnologia agora chegou ao mundo animal. Um novo software inventado pela Universidade Estadual de Michigan faz o mesmo com primatas, só que, nesse caso, no lugar de ameaçar a privacidade das pessoas, ajuda a preservar diversas espécies ameaçadas.
“A intervenção é necessária para deter e reverter esses declínios populacionais”, disse Anil Jain, professor de ciência da computação e engenharia e autor do estudo. “O reconhecimento facial automatizado é uma maneira de ajudar a combater essas perdas.”
Cerca de 60% dos primatas do planeta estão ameaçados de extinção. Do total de 504 espécies já registradas, 300 delas correm risco, incluindo gorilas, macacos, gibões, lêmures, lóris e outros. Apesar de estarem espalhadas por 90 países, dois terços das espécies estão em apenas quatro países: Brasil, Indonésia, Madagascar e República Democrática do Congo. E sofrem com a perda de habitat pelo desmatamento e tráfico ilegal.
Para tentar mudar o panorama de intenso declínio das populações, os pesquisadore criaram o PrimNet. O programa usa redes neurais, tecnologia de inteligência artificial que permite desde carros autônomos a robôs para observar e entender nosso mundo.
Para complementar a PrimNet, a equipe de cientistas criou um aplicativo para Android, o PrimID. Pesquisadores da área agora podem tirar uma foto de um macaco dourado, soltá-lo no aplicativo e identificar o primata em questão com um alto grau de confiança.
“Planejamos ampliar nossos conjuntos de dados de primatas, desenvolver um detector de faces de primatas e compartilhar nossos esforços por meio de sites de código aberto”, contou Jain.
Dessa forma, se um macaco for encontrado capturado, com sua fotografia é possível identificar de onde ele veio e, com os dados coletados, ajudar a focar melhor os esforços para impedir futuros crimes ambientais.
Fonte: Revista Galileu