Homem pesca em meio ao lixo na costa do Mar Mediterrâneo em Beirute, no Líbano. (Foto: Hassan Ammar/AP/Arquivo)
A Ong WWF alerta que o Mediterrâneo, que banha a costa sul da Europa, norte da África e oeste do Oriente Médio, pode se tornar “um mar de plástico”. Um relatório publicado nesta sexta-feira (8) faz um apelo para as autoridades tomem medidas para limpar um dos volumes de água mais afetados no mundo pela poluição.
Segundo o documento, o Mar Mediterrâneo bate recordes de quantidades de “microplásticos”. É desta forma se chamam os detritos de plástico com menos de cinco milímetros. Eles são cada vez mais encontrados na cadeia alimentar, representando uma ameaça à saúde humana.
“A concentração de microplásticos é quase quatro vezes maior” no Mediterrâneo em comparação com os mares abertos em outras partes do mundo, diz o relatório da WWF.
O plástico representa 95% do lixo que flutua nas águas do Mediterrâneo e em suas praias. A maioria deste material vem da Turquia e da Espanha, seguidos pela Itália, Egito e França, aponta o documento.
Diminuir o despejo de plástico e aumentar a reciclagem
O grande desafio é que os plásticos são utilizados abundantemente em todo o mundo. Já a reciclagem representa apenas um terço dos resíduos na Europa.
Para resolver o problema, é necessário um acordo internacional para reduzir o despejo de lixo plástico nos mares e oceanos e ajudar a limpar as águas. Além disso, a WWF aconselha que todos os países do Mediterrâneo aumentem a reciclagem, proibam os plásticos descartáveis, como sacolas e garrafas, e diminuam a utilização de microplásticos em detergentes ou cosméticos até 2025.
“A própria indústria de plásticos deve desenvolver produtos recicláveis e compostáveis feitos a partir de matérias-primas renováveis, e não produtos químicos derivados do petróleo”, indica a Ong ambiental.
A WWF também salienta que, além das autoridades, os indivíduos também têm seu papel a desempenhar e podem colaborar para lutar contra o problema. Uma das dicas é dar preferência a utensílios e objetos de madeira ao invés daqueles fabricados com plástico.
Fonte: RFI