Em abril deste ano, foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) o projeto PLS 92/2018 que prevê a retirada gradual do plástico da composição de pratos, copos, bandejas e talheres descartáveis. A análise deste projeto segue agora para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Se a medida for aprovada, o plástico deve ser totalmente substituído por materiais biodegradáveis em itens destinados ao acondicionamento de alimentos prontos para o consumo, em um prazo de dez anos.
A pesquisa divulgada este ano pelo departamento de ciência do Reino Unido, mostra que até 2025 os oceanos do planeta podem ter até três vezes mais plástico. Os pedaços maiores podem estrangular animais, já os menores podem ser ingeridos por peixes, que servem de alimento para outros seres e até para nós humanos. Além disso, o material tem um alto número de produtos químicos em sua produção, o que aumenta o desequilíbrio ambiental.
Com dados tão preocupantes, o mercado procura alternativas viáveis ao material, uma delas é o papelcartão. A matéria-prima básica do papelcartão é a celulose, resultante principalmente do beneficiamento da madeira de florestas plantadas e da reciclagem de aparas de papel geradas durante o processo industrial. O Brasil é pioneiro em sustentabilidade e manejo responsável, com toda a produção nacional proveniente de florestas plantadas – que ocupam 7,84 milhões de hectares, o correspondente a 0,9% do território nacional.
No panorama geral, Nilton Saraiva, presidente de um dos maiores players do setor na América Latina, a Ibema, observa que a indústria de papelcartão teve um excelente resultado na Europa nos últimos anos. Já quanto ao mercado brasileiro, Saraiva vê um cenário positivo para o setor, que está em expansão e deve ter um crescimento médio de 3% este ano. “Hoje vemos o papelcartão entrando em pequenas sorveterias, em pequenos negócios e é claro nas grandes empresas, como uma solução mais sustentável, menos agressiva ao meio ambiente”, avalia.
Biodegradável e 100% reciclável, o papelcartão serve para confeccionar caixas e embalagens de alimentos, cosméticos, medicamentos e bebidas, oferecendo inúmeras possibilidades de design e ótima qualidade para impressão, além de ser uma ótima ferramenta de comunicação, afinal é possível imprimir em todos os seus lados. Aqui no país algumas marcas já apostam na utilização do papelcartão como alternativa para suas embalagens. E os exemplos vão das pequenas as grandes empresas: O Boticário, Mc Donalds, a chocolateria Nugali, entre outros. “O aumento da demanda de papelcartão se deve à valorização de seus atributos por parte dos brand owners, consumidores e inovações que permitem que o papelcartão possa ser utilizado em diversas aplicações, além das convencionais. Isso porque, para o mercado de embalagens, o papelcartão além de ser sustentável – fonte de matéria-prima renovável, biodegradável e reciclável – oferece alta qualidade na impressão, variedade de texturas e acabamentos, design estrutural – além do amplo espaço para informação”, revela Fabiane Staschower, Executiva de Inovação de Embalagens.
Fonte: EsHoje