Uma tartaruga fêmea de kemp, a espécie mais rara do animal no mundo, morreu sufocada após ficar enrolada em uma cadeira de metal velha e quebrada. Ela ficou com a cabeça presa no tecido do encosto. O caso aconteceu na praia de Dauphin Island, nos Estados Unidos, no último final de semana.
Membros da Share the Beach, organização local de preservação de tartarugas, postaram imagens das feridas que o bicho sofreu. “As tartarugas não encontrariam cadeiras se não fosse por nós”, disse Richard Brewer, voluntário da entidade de conservação Turtle Stranding and Salvage Network (STSSN). “Desolador. Verdadeiramente desolador.”
A tartaruga-de-kemp, a menor espécie de tartaruga marinha e parente próxima da Cabeçuda, tem uma grande faixa nativa. Ela pode ser encontrada nas águas frias do Atlântico Oeste até o norte de Nova Jersey, e em todo o mar tropical do Caribe. Mas o animal constrói os ninhos nas praias ao longo do Golfo do México.
O réptil era encontrado com abundância em todas as regiões, mas a caça generalizada em meados do século 20 o levou à extinção. A tartaruga está sob proteção da Lei de Espécies em Perigo dos EUA desde a criação da legislação, em 1973.
A a exploração contínua no México (onde fica o principal local dos ninhos), a destruição do habitat natural e o excesso de resíduos gerados pelos humanos impediram a espécie de recuperar seu desenvolvimento.
Para Brewer, a pior ameaça dentro do Golfo são as redes de arrasto usadas pelos pescadores. Além disso, qualquer tipo de objeto que seja ingerido ou envolvente pode ferir ou afogar tartarugas. “Não sabemos de onde a cadeira veio, mas temos um problema com as pessoas deixando itens de praia para trás” ele afirmou ao IFLScience. “Espero que possamos usar este evento para forçar alguma nova legislação no local.”
No sábado (14), voluntários da Share the Beach monitoravam a areia de Dauphin Island em busca de sinais de ninhos de tartaruga (como fazem durante todos os meses de maio a agosto). Eles encontraram o que acreditam ser a primeira ninhada da espécie kemp na região.
Agora Brewer e seus colegas estão buscando proteger os 65 ovos de possíveis predadores, sejam humanos ou animais. Além disso, estão organizando mais turnos para que tenham especialistas na área quando a nova geração de tartarugas sair dos ovos, dentro de 55 a 60 dias.
Fonte: Revista Galileu