Nasa confirma existência de gelo na Lua

Em azul: água no manto lunar, em imagens da sonda indiana Chandrayaan-1
Em azul: água no manto lunar, em imagens da sonda indiana Chandrayaan-1

Novos dados da Nasa comprovam a existência de gelo na Lua. O instrumento de pesquisa lunar M3 da agência espacial americana revelou três assinaturas químicas que confirmam os resultados de um estudo anterior, baseado em dados da sonda espacial indiana Chandrayann-1.

A pesquisa indica que a concentração hídrica no manto da Lua seria tão grande quanto a do manto terrestre – a camada geológica situada logo abaixo da crosta, que talvez contenha tanta água quanto todos os oceanos combinados.

Por muito tempo, o satélite foi considerado um corpo celeste extremamente seco. Até que um estudo publicado por Ralph Milliken e Shuai Li na revista Nature Geoscience, em 24 de julho de 2017, mostrou que não podia estar correta a teoria sobre a formação da Lua mantida até então.

Segundo tal teoria, o satélite teria sido separado da jovem Terra pela colisão com outro corpo celeste aproximadamente do tamanho de Marte. O calor decorrente teria sido tão grande que qualquer água existente na Lua se evaporou.

Em 2008, exames de amostras de rochas lunares da última missão Apollo já haviam provado a existência de água em esferas de vidro vulcânicas. No ano seguinte, gelo foi também descoberto na superfície lunar através do impacto planejado de um segmento de um velho foguete.

Utilizando métodos de análise elaborados, Milliken e Li rastrearam amplas áreas da superfície lunar à procura de água. Sua conclusão foi que as esferas de vidro contendo água não eram meras peculiaridades locais.

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“A onipresença de água em depósitos piroclásticos [misturas de sólidos e gases formadas durante atividade vulcânica] é mais uma indicação de que o manto da Lua é um importante reservatório hídrico”, afirmaram os cientistas.

No entanto, ainda não se sabe qual seria a proveniência do líquido. “As indicações crescentes de água na Lua sugerem que ou ela sobreviveu de alguma forma, ou foi trazida por asteroides ou cometas pouco após a colisão, antes de a Lua se solidificar completamente”, diz Li.

As amostras trazidas pelas missões Apollo para a Terra contêm 0,05% de água, que teoricamente poderia ser extraída. Os dois pesquisadores acreditam que os depósitos hídricos poderiam trazer benefícios práticos para a exploração do satélite.

“Tudo o que poupe futuros exploradores lunares da necessidade de levar de casa grandes volumes de água é um grande passo à frente”, explica Shuai Li.

Fonte: Deutsche Welle