Furacão Lane volta a perder força, mas Havaí segue em estado de emergência

O furacão Lane voltou a perder força nesta sexta-feira (24) e passou à categoria 2, mas ainda avança lentamente e com ventos fortes em direção ao Havaí. Ele deve chegar nesta sexta-feira (24) ao arquipélago, que está em estado de emergência.

No fim da tarde de quinta-feira (23), o furacão que chegou a atingir a categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson, já tinha sido reduzido à categoria 3, segundo o Centro Nacional de Furacões do Pacífico (CPHC).

As primeiras tempestades já causaram enchentes e deslizamentos de terra que bloquearam ruas e rodovias em Big Island, a primeira ilha do arquipélago que deve ser atingida pelo furacão. Nessa região já foram registrados 305 mm de chuva.

Carro parcialmente submerso após fortes chuvas provocadas pela chegada do furacão Lane a Big Island, no Havaí, na quinta-feira (23) (Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP )
Carro parcialmente submerso após fortes chuvas provocadas pela chegada do furacão Lane a Big Island, no Havaí, na quinta-feira (23) (Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP )

Lane avança a 11 km/h, mas seu curso é errático e mutável. “O que é certo é que o Havaí será impactado pelo furacão Lane”, destacou o chefe da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), Brock Long. As autoridades acreditam que as áreas mais afetadas poderão ter até 760 mm de chuva.

Maré alta

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), órgão meteorológico do governo americano, destacou que a movimentação lenta de Lane pode provocar um aumento “grande e nocivo” da maré nas costas ao sul e oeste.

O nível do mar nestas áreas deve estar entre 60 e 120 cm acima dos níveis normais, gerando “ondas maciças e destrutivas”.

As equipes de emergência instalaram 16 centros de abrigo e devem abrir mais 19 nas próximas horas.

Homem evita ser atingido por uma onda em uma passarela na quinta-feira (23), em Honolulu, no Havaí  (Foto: John Locher/AP)
Homem evita ser atingido por uma onda em uma passarela na quinta-feira (23), em Honolulu, no Havaí (Foto: John Locher/AP)

“Nos preocupa extremamente a possibilidade de inundações terra adentro, deslizamentos e danos à infraestrutura de comunicações e transporte”, destacou Long.

“Estará muito perto das ilhas havaianas e terá um grande impacto. Não é preciso um contato direto [com o olho] para ter grandes efeitos. Haverá muita chuva em todas as ilhas nos próximos dias”, destacou Steve Goldstein, do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS).

Os furacões raramente tocam o solo no Havaí. O último foi Iniki chegou à ilha de Kauai, deixando seis mortos e causando danos estimados em bilhões de dólares há quase três décadas.