Estima-se que em 2017 ao menos 1 mil cães contraíram raiva e 19 pessoas morreram da doença na região. Noventa por cento dos casos em cães e 100% em humanos foram registrados em Bolívia, Guatemala, Haiti e República Dominicana. Na Guatemala, não houve mortes devido à doença.
Quatro países da América Latina e do Caribe são os únicos na região onde a raiva canina ainda está ativa, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgados na quinta-feira (27), às vésperas do Dia Mundial contra a Raiva, 28 de setembro.
Estima-se que em 2017 ao menos 1 mil cães contraíram raiva e 19 pessoas morreram da doença na região. Noventa por cento dos casos em cães e 100% em humanos foram registrados em Bolívia, Guatemala, Haiti e República Dominicana. Na Guatemala, não houve mortes devido à doença.
“Ninguém deve morrer de uma doença que é 100% prevenível pela vacinação”, disse Ottorino Cosivi, diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) da OPAS, com sede no Brasil. “Acabar com as mortes humanas por raiva transmitidas por cães até 2030 é uma meta alcançável na região”, disse ele.
Desde 1983, quando começaram as ações coordenadas pela OPAS/OMS para eliminar a raiva humana na região, os casos de raiva canina e humana diminuíram em 95%. Em todo o mundo, 59 mil pessoas morrem a cada ano desta doença, principalmente na Ásia e na África.
A maioria dos países das Américas eliminou a doença. Raiva canina só permanece endêmica em Bolívia, Guatemala, Haiti e República Dominicana, enquanto na Argentina, Brasil, Cuba, Peru e Venezuela, casos localizados que representam 10% do total são apresentados atualmente.
“Enquanto houver cães com raiva, o risco para as pessoas persiste”, alertou Marco Vigilato, assessor regional em raiva do PANAFTOSA/OPAS. “Precisamos fortalecer os programas de raiva dos países para melhorar sua vigilância, bem como a cobertura de vacinação canina nas áreas de maior risco”, disse ele.
Em até 99% dos casos, os cães domésticos são responsáveis pela transmissão do vírus da raiva para o homem, principalmente através de mordidas. As crianças, por causa de seu contato próximo com animais, são o grupo mais vulnerável. Na região, os casos estão concentrados na periferia das grandes cidades e nas áreas de fronteira, onde o acesso à vacinação e serviços de saúde são limitados.
A única maneira de interromper a transmissão da raiva é vacinar pelo menos 80% da população canina em áreas endêmicas. Na região das Américas, aproximadamente 100 milhões de cães são vacinados a cada ano. No entanto, em algumas áreas, a cobertura é menor do que a recomendada.
Além disso, para eliminar a raiva humana transmitida por cães, a OPAS/OMS recomenda assegurar o acesso oportuno à profilaxia pré e pós-exposição a 100% da população exposta ao vírus e manter alta vigilância, conscientização da comunidade, controle da população canina e promover ações para impedir a reintrodução nos países onde foi controlada.
Em 1983, a OPAS iniciou o programa para eliminar a raiva humana transmitida pelos cães, coordenava ações regionais com vários parceiros e colocava em funcionamento o sistema de vigilância epidemiológica da doença. Os países iniciaram campanhas massivas de vacinação canina que permitiram uma redução sustentável na incidência de casos de raiva humana e canina.
Este ano, a iniciativa Unidos contra a Raiva, uma colaboração entre a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Aliança Global para o Controle da Raiva (GARC), lançou um plano estratégico global para acabar com as mortes humanas por raiva canina até 2030.
Dia Mundial contra a Raiva
O Dia Mundial contra a Raiva é celebrado todos os anos para aumentar a conscientização sobre a prevenção desta doença e destacar o progresso feito na luta contra ela. O dia de 28 de setembro é também a data de aniversário da morte de Louis Pasteur, o químico e microbiologista francês que criou a primeira vacina antirrábica.
Hoje, vacinas seguras e eficazes para animais e pessoas são um dos instrumentos mais importantes para acabar com a morte humana por esta doença. Muitos países da região adquirem vacinas a preços e qualidade acessíveis através do Fundo Rotativo da OPAS.
O tema deste ano é “Raiva: Compartilhe a mensagem. Salve uma vida”. E enfatiza a importância da educação e conscientização para o sucesso da participação da comunidade na prevenção efetiva da doença.
Fonte: ONU