Cientistas encontraram acidentalmente a mais profunda erupção vulcânica já vista no planeta. A descoberta aconteceu durante uma pesquisa de fontes termais perto da Fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos, que fica na fronteira entre as placas tectônicas do Pacífico e das Filipinas.
“Uma das razões pelas quais estamos interessados nessa área é que as erupções do mar profundo fornecem calor para as fontes termais quentes, que dão energia química para ecossistemas incomuns que vivem ao redor das fontes”, explicou Bill Chadwick, geólogo, em entrevista à IFLScience.
O plano da exploração era comparar os organismos que vivem no arco voltaico de Mariana com aqueles encontrados no arco de Mariana – dois ecossistemas que correm paralelos, mas exibem diferentes condições oceânicas.
Os pesquisadores encontraram a erupção vulcânica de cerca de 4.500 metros abaixo da superfície, que forma estruturas de vidro vulcânico. O relatório da descoberta foi publicado na revista Frontiers in Earth Science.
“A maior parte da atividade vulcânica da Terra ocorre no oceano profundo, mas quase sempre acontece sem ser detectada e nem vista”, disse Chadwick.
Quando os especialistas chegaram no local pela primeira vez em 2015, eles observaram uma ventilação que indicava a presença de uma nova lava ainda quente. Quando voltaram no ano seguinte, a ventilação havia diminuido.
Depois de comparar esses dados com os informações batimétricas (medição da profundidade dos oceanos) coletados em 2013, os cientistas determinaram que a erupção provavelmente ocorreu alguns meses antes, estendendo-se por 7,2 km de comprimento e variando em espessura de 40 a 137 metros.
Chadwick afirmou que descobertas como esta podem ajudar a explicar como os vulcões se comportam em solo terrestre, e como as erupções submarinas afetam o oceano. “Como não podemos detectar a maioria das erupções, toda vez que encontramos alguma, é uma rara oportunidade de aprender como elas funcionam e que tipo de impacto causam”, ele declarou.
Fonte: Revista Galileu