Ogoverno chinês anunciou uma medida que está desagradando biólogos e defensores do meio ambiente em todo o mundo. Depois de 25 anos, o comércio de produtos derivados de partes de tigres e de rinocerontes será retomado nos país – mas com algumas restrições.
A venda de produtos feitos com ossos de tigre ou chifre de rinoceronte será autorizado para pesquisa médica, uso medicinal e o que foi chamado de “intercâmbio cultural”. As partes comercializada também devem ser provenientes de fazendas distribuidoras, além de serem manipuladas por médicos qualificados.
De acordo com as autoridades chinesas, essa decisão – apesar de controversa – é uma tentativa de reprimir o comércio ilegal no país. Segundo justificam, a legalização parcial da compra e venda dos ossos será suficiente para sanar a demanda por partes de tigres e chifres de rinoceronte no país que acabam sendo comercializadas de forma ilegítima.
Os ossos de tigres são utilizados em tratamentos que melhorariam a “virilidade, força e masculinidade”. Já os chifres de rinoceronte serviriam para tratar uma série de doenças, como febre, picadas de cobra, alucinações e até mesmo “possessão demoníaca”. Segundo o jornal The New York Times, essa indústria é responsável por empregar cerca de 500 mil profissionais e está avaliada em mais de US $ 100 bilhões.
Atualmente existem cerca de 30 mil rinocerontes na natureza, enquanto o número de tigres selvagens pode chegar a 3,8 mil. As pessoas que são contrárias à medida do governo chinês afirma que os animais ficarão ainda mais vulneráveis e em maior risco de extinção com a medida.
Ainda, a Agência de Investigação Ambiental suspeita que a decisão das autoridades chinesas pode ter sido motivada por uma pressão das fazendas de tigres, que, de acordo com uma investigação, já estão envolvidas no comércio de ossos durante anos (o que seria já de conhecimento do governo do país).
“Com este anúncio, o governo chinês assinou uma sentença de morte para os rinocerontes e tigres que já enfrentam uma série de ameaças à sua sobrevivência”, disse Iris Ho, especialista em Política e Programa de Vida Selvagem da Humane Society International. “Isso pode não apenas levar ao risco do comércio legal sobrepor o comércio ilegal, mas também estimular a demanda que havia diminuído desde que a proibição foi implementada, há 25 anos.”
Fonte: Revista Galileu