A Inspetoria Ambiental Tcheca (CEI) concluiu uma investigação de cinco anos com uma descoberta trágica: após seguir diferentes pistas, as autoridades encontraram um depósito clandestino na cidade de Praga (capital da República Techca) em que tigres eram assassinados e tinham seus órgãos, ossos e pele comercializados de maneira ilegal— o mercado asiático era o principal destino do contrabando.
Ao chegar no local, os responsáveis pela operação encontraram um tigre de quatro anos que havia sido morto há pouco tempo e estava sem um olho. Ao realizarem a autópsia, foi constatado que o animal foi abatido com um tiro na garganta, para que sua pele se mantivesse preservada para ser comercializada. O depósito fazia parte de uma empresa criminosa que possui outros tentáculos na Europa.
Na “fábrica da morte” clandestina os inspetores encontraram partes de tigres em diferentes estados de decomposição: um freezer que não funcionava era utilizado para depositar os restos dos animais. Uma panela era utilizada para separar a carne dos ossos: diferentes serras também foram encontradas no local.
Os principais interessados em comprar os órgãos dos animais são contrabandistas situados no Vietnã: no país asiático, assim com em outros locais do continente, estabelecimentos comercializam produtos feitos com ossos de tigres para supostos tratamentos que melhorariam a “virilidade, força e masculinidade”.
O início da investigação para desbaratar a rede criminosa aconteceu em 2013, quando um homem foi encontrado na República Tcheca com oito quilos de ossos de tigre em um saco de lixo. Posteriormente, foram apreendidos outros materiais extraídos desses animais, como dentes e garras, além de pós e fluídos vendidos como medicamento na Ásia.
De acordo com o relatório da CEI, a garra de um tigre custa cerca de US$ 115 (o equivalente a R$ 432 ), enquanto os ossos são vendidos a US$ 70 o grama (R$ 263 na atual cotação). Os traficantes europeus contrabandeiam os tigres de circos e pequenos zoológicos que não estão submetidos ao controle dos órgãos ambientais dessas nações.
Pavla Říhová, inspetor-chefe do CEI, afirmou em comunicado que o comércio ilegal de tigres não é apenas um problema concentrado na Ásia e que as autoridades lutam para obter maiores informações sobre a rede ilegal estabelecida na Europa.
Recentemente, o governo chinês anunciou uma medida que causa preocupação em autoridades ambientais de todo o planeta. Depois de 25 anos, o comércio de produtos derivados de partes de tigres e de rinocerontes será autorizado nos país para pesquisa médica e uso medicinal. A justifcativa para essa decisão seria justamente de diminuir o tráfico de animais: as partes comercializada também devem ser provenientes de fazendas distribuidoras, além de serem manipuladas por médicos qualificados.
Atualmente existem cerca de 30 mil rinocerontes na natureza, enquanto o número de tigres selvagens pode chegar a 3,8 mil. As organizações que são contrárias à medida do governo chinês afirma que os animais ficarão ainda mais vulneráveis e em maior risco de extinção com a medida.
Fonte: Revista Galileu