Evitar a interferência humana “perigosa” no sistema climático: esse é o objetivo final da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), criada em 1992 durante a “Cúpula da Terra do Rio”, realizado na capital fluminense. Os países que ratificaram a Convenção são chamados de Partes da Convenção.
A Conferência das Partes, ou COP, toma decisões que são necessárias para garantir a implementação efetiva das disposições da Convenção e analisa regularmente como elas estão caminhando. Foi na COP 21, em 2015, que foi assinado o Acordo de Paris, que rege o padrão de emissões no planeta a partir de 2020.
A 24ª edição
Entre 1º ao 14 de dezembro deste ano, a cidade polonesa de Katowice sediará as reuniões. O local foi escolhido por seu histórico recente de sucesso na conversão de uma economia baseada na mineração de carvão para uma focada em inovação e tecnologia.
A 24ª COP terá influência do último relatório especial do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) que mostrou ser econômico e tecnicamente viável manter a elevação da temperatura média da superfície terrestre do planeta dentro do limite de 1,5ºC. O trabalho deixou claro que a equação do clima só não fecha por falta de vontade política.
De acordo com relatório elaborado pelo Instituto Climainfo, esse será um dos principais desafios da COP-24. “A governança global está passando por uma dura prova. Do nacionalismo do Brexit ao de Trump, passando por Bolsonaro, pelo que acontece na Turquia e pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, o multilateralismo e a cooperação internacional estão sob ataque”, afirma o instituto em comunicado.
“Mas quando o assunto é clima, o mundo precisa trabalhar em conjunto para manter condições minimamente adequadas à espécie humana. Estarão os governos dispostos a respeitar e proteger o regime baseado em regras multilaterais, ou vão se voltar para a geopolítica das grandes potências? Confirmarão a falta de vontade política explicitada pelo relatório do IPCC?”
Embora seja interessante acompanhar os rumos geopolíticos do planeta, a realização do encontro anual das 20 maiores economias do mundo poucos dias antes deve deixar o evento carente dos grandes líderes mundiais. E, apesar de alguns avanços serem possíveis, não há grandes expectativas. Segundo o Climainfo, o momento para isso é em 2020.
Fonte: Revista Galileu