Cientistas desenvolvem vacina para salvar as populações de abelhas

Além da abelha, outros animais produzem mel (Foto: Wikimedia Commons)
(FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)

São muitos os perigos para as abelhas nos dias de hoje. Agrotóxicos, doenças e até estresse estão ligados ao colapso de colmwias dos polinizadores fundamentais para a produção de alimentos em todo o mundo. Enquanto diversos estudos apontam para o declínio das populações de abelhas, Dalial Freitak e Heli Salmela, da Universidade de Helsinque, buscam formas de salvá-las.

Trabalhado com insetos e o sistema imunológico ao longo de sua carreira, começando com mariposas, Freitak notou que, se a geração dos pais é exposta a certas bactérias através de sua comida, suas crias mostram respostas imunes elevadas.

Acontece que, diferente dos mamíferos, os insetos não tem nenhum sistema de memória imunológica, como os anticorpos, e a pesquisadora não entendia direito como o processo acontecia.

Foi então que, já na Universidade de Helsinque Dalial Freitak encontrou Salmela, que trabalhava com a vitelogenina, uma proteína que dá origem a formação da gema do ovo e tem ligação direta com o desenvolvimento das abelhas. Os cientistas descobriram que quando as abelhas rainhas comiam algo que causasse doenças, a vitelogenina era ativada e transmitia informações de respostas imunes futuras aos ovos da rainha, realizando a imunização.

“Agora descobrimos o mecanismo para mostrar que você pode realmente vacinar as abelhas. Você pode transferir um sinal de uma geração para outra”, afirmou Freitak.

Os pesquisadores planejam agora desenvolver uma vacina contra a loque americana, uma doença bacteriana que é a mais difundida e destrutiva entre as crias de abelhas. “Nós já iniciamos testes iniciais. O plano é ser capaz de vacinar contra qualquer micróbio”, afirma Freitak.

“Precisamos ajudar as abelhas. Mesmo um pouco teria um grande efeito na escala global. Claro, as abelhas também têm muitos outros problemas: pesticidas, perda de habitat e assim por diante, mas doenças surgem juntas com esses problemas de qualidade de vida”, continuou a pesquisadora.

“Se pudermos ajudar as abelhas a serem mais saudáveis ​​e se pudermos salvar até mesmo uma pequena parte da população de abelhas com essa invenção, acho que fizemos nossa boa ação e salvamos um pouco o mundo.”

Fonte: Revista Galileu