O governo de Minas Gerais cancelou nesta quarta-feira (6) a autorização da empresa Vale para operar o depósito de resíduos de mineração de sua principal mina do estado, informou a empresa, que após essa decisão teve queda de 4,63% na Bolsa de São Paulo.
“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD cancelou a Autorização Provisória para Operar (“APO”) da barragem de Laranjeiras” devido a uma ação civil pública em curso, informou a Vale em comunicado.
O depósito de Laranjeiras está paralisado desde segunda-feira por ordem judicial. A decisão envolve o fechamento provisório da Brucutu, a maior mina da empresa em Minas Gerais, cuja produção anual é estimada em 30 milhões de toneladas de ferro, 7,5% da produção prevista para 2019.
“A barragem de Laranjeiras foi construída pelo método de construção convencional e possui atestado de estabilidade vigente. A Vale entende, assim, que não existe fundamento técnico e/ou jurídico ou avaliação de risco que justifique o cancelamento da APO”, afirma a companhia.
A SEMAD também ordenou a suspensão de outra mina, Jangada, cujas atividades também estavam paralisadas, acrescentou a empresa.
Laranjeiras se encontra a 160 km de Brumadinho.
O site de notícias G1 informou nesta quarta, citando “e-mails identificados pela Polícia Federal” entre funcionários da mineradora e empresas encarregadas pela segurança dos depósitos, que a Vale havia detectado problemas nos dados dos sensores que vigiam a estrutura da barragem dois dias antes da tragédia de 25 de janeiro.
As ações da Vale caíram 3,64% em São Paulo, acentuando a queda do índice Ibovespa, que recuou 3,74%, lastreado igualmente por dúvidas sobre um avanço rápido das reformas pró-mercado prometidas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na Bolsa de Nova York, caíram 6,19%.
Desde 24 de janeiro, véspera da tragédia de Brumadinho, as ações da Vale em São Paulo caíram 24%.