Pesquisadores encontram plástico em ovos de aves no Ártico

Pesquisadores analisaram a gema e a albumina dos ovos das aves (Foto: DickDaniels/ Wikimedia Commons)
PESQUISADORES ANALISARAM A GEMA E A ALBUMINA DOS OVOS DAS AVES (FOTO: DICKDANIELS/ WIKIMEDIA COMMONS)

Pesquisadores descobriram a presença de componentes químicos de plástico em aves fulmares (Fulmarus glacialis)em trechos da ilha do Príncipe Leopoldo, no Ártico canadense.

Segundo o jornal The Times, os cientistas responsáveis pelo trabalho falaram sobre as descobertas na American Association for the Advancement of Science, encontro que acontece anualmente em Washington, capital dos Estados Unidos.

A teoria apresentada por eles é de que os componentes químicos do plástico foram ingeridos pelas aves enquanto caçavam por peixes. Após a ingestão, a contaminação provavelmente chegou até a corrente sanguínea e, depois, nos ovos das aves.

“É realmente trágico. O pássaro, desde o início de seu desenvolvimento, terá esses contaminantes dentro dele”, disse Jennifer Provencher, pesquisadora da agência governamental Canadian Wildlife Service, no encontro.

A cientista contou que analisou a gema e a albumina — a proteína da clara do ovo — de cinco ovos de aves fulmares do norte. Provencher descobriu que um dos testes tinha dado positivo para o composto químico ftalatos. Comum em plásticos, a substância é conhecida por afetar hormônios, sistema endócrino, infertilidade e uma série de outras questões, chegando a ser proibida em algumas partes do mundo.

“Nós sabemos que esses produtos químicos frequentemente são disruptores do sistema endócrino e que eles podem interromper o desenvolvimento hormonal e causar deformações. Mas se eles realmente causam algum dano nos ovos é algo que ainda não sabemos”, disse a pesquisadora em entrevista ao jornal The Guardian.

Provencher e sua equipe querem analisar se essas mesmas substâncias químicas estão presentes nos ovos de outras aves. “Precisamos verificar se eles têm os mesmos produtos químicos, ou níveis mais altos dessas substâncias”, explicou. “O reconhecimento de que pelo menos alguns desses contaminantes estão surgindo em ovos abre as portas para outras questões do que deveríamos estar fazendo em áreas de concentrações plásticas mais altas.”

Fonte: Revista Galileu