Ratos-cangurus são roedores que vivem no deserto e merecem nosso respeito. Eles são capazes de evitar ataques de cobras usando golpes ninjas impressionantes, enquanto mantém a compostura e a fofura.
É o que mostra uma nova pesquisa realizada por uma equipe americana, que filmou vários encontros entre os animais usando câmeras de alta velocidade.
Os resultados aparecem em dois artigos recentemente publicados que analisam os comportamentos e a biomecânica de ratos-cangurus e cascavéis, nas revistas científicas Functional Ecology e Biological Journal of the Linnean Society, assinados por cientistas da Universidade da Califórnia em Riverside, Universidade Estadual de San Diego e Universidade da Califórnia em Davis.
Fuga
Os pesquisadores descobriram que uma cascavel pode atacar um rato em apenas 100 milissegundos – isso é menos do que os 150 milissegundos necessários para piscarmos um olho.
Apesar desta velocidade, apenas metade das 32 emboscadas que os cientistas registraram terminaram com picadas de cobra.
O rato-canguru teve um tempo de reação de 70 milissegundos, conseguindo fugir em metade dos casos.
“Ratos-cangurus que responderam rapidamente eram frequentemente capazes de pular para longe da cobra, deixando a serpente mordendo poeira enquanto disparavam no ar o correspondente a 7 a 8 vezes o comprimento de seus corpos”, explicou Rulon Clark, professor de biologia em San Diego, em um comunicado.
Kung fu
Quando os ratos-cangurus não conseguiram reagir rápido o suficiente para escapar da mordida da cascavel, ainda tinham um truque na manga para evitar serem envenenados: os animais reorientavam-se em pleno ar e usavam suas ancas e pés para chutar as cobras e se livrar da mordida, estilo ninja.
Além dos reflexos e da capacidade atlética superior, os ratos-cangurus também têm uma audição sensível que lhes permite captar sons de baixa frequência que sugerem uma possível emboscada.
Preservando o deserto
Além dessa filmagem incrível, os pesquisadores postaram outros vídeos interessantes em um website chamado NinjaRat.org.
A principal autora do estudo, Grace Freymiller, da Universidade Estadual de San Diego, espera que a pesquisa e os vídeos deem às pessoas uma ideia melhor da vida no deserto.
“Queremos que as pessoas vejam que não são necessariamente habitats estéreis e sem vida”, afirmou ao The Washington Post. “[São lugares que] vale a pena proteger, vale a pena apreciar. São o lar desses incríveis animais fazendo coisas além do que poderíamos imaginar”. [HuffPostBR]
Fonte: Hypescience