Compostagem humana se torna alternativa legal em estado dos EUA

Cemitério

Processo desenvolvido pela Recompose é similar ao utilizado durante décadas nas granjas para processar cadáveres de animais (Medioimages/Photodisc/ThinkStock/Thinkstock)

É uma opção alternativa ao enterro tradicional ou à cremação: uma nova lei do estado de Washington permitirá que os cadáveres sejam transformados em composto e que literalmente voltem à terra.

A lei, a primeira deste tipo nos Estados Unidos, autoriza uma “redução natural orgânica”, ou seja, uma “conversão contida e acelerada de restos humanos em terra”.

Lei foi aprovada no fim de abril pelo legislativo do estado, considerado progressista, e sancionada pelo governador Jay Inslee nesta terça-feira (21), que, com uma mensagem focada em meio-ambiente, busca ser o candidato democrata nas presidenciais de 2020.

A lei entrará em vigor em maio do ano que vem.

O processo de compostagem “oferece uma alternativa ao embalsamamento e enterro ou cremação. É natural, seguro, sustentável, e resultará em uma economia significativa de emissões de CO2 e no uso da terra”, explicou Katrina Spade, uma das promotoras do projeto de lei.

A jovem se apaixonou por estas alternativas há 10 anos e criou a empresa Recompose em Seattle, que desenvolveu um processo de compostagem humana que está quase pronto para ser comercializado.

O processo se concentra em acelerar a decomposição natural do corpo, que é colocado em um contêiner, que serve de caixão para o funeral.

Lá é colocado com palha, lascas de madeira e alfafa, e são criadas as condições perfeitas de umidade e oxigenação para que as bactérias façam seu trabalho.

“Tudo, incluindo os dentes e ossos, se transforma em composto”, escreveu a Recompose, que durante 30 dias monitora o processo de decomposição.

O processo desenvolvido pela Recompose é similar ao utilizado durante décadas nas granjas para processar cadáveres de animais. Foi testado cientificamente no ano passado pela Universidade Estadual de Washington, que usou seis corpos doados por voluntários.

Fonte: AFP