Cientistas da Reserva Natural Nacional de Wolong, na China, tiraram uma rara fotografia do primeiro panda-gigante albino do mundo.
A imagem não é perfeita, mas é sem precedentes. Foi tirada com uma câmera ativada por movimento em abril, enquanto o panda-gigante todo branco (Ailuropoda melanoleuca) passeava por uma floresta de bambu a uma altitude de 2.000 metros.
A reserva em que o animal foi observado está localizada na província de Sichuan, no sudoeste da China.
Um especialista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Pequim confirmou que o animal era albino – seu pelo e garras brancos e olhos vermelho-rosados são marcas do albinismo. O panda tem provavelmente entre um e dois anos de idade, e seu sexo não pode ser determinado.
Albinismo
O albinismo é uma condição genética que perturba a produção do pigmento melanina no corpo. Além da sensibilidade à luz solar, a condição não afeta diretamente a estrutura corporal ou a saúde fisiológica dos animais que a apresentam.
De fato, esse indivíduo em particular parece ser robusto e saudável. O espécime pode estar em desvantagem, no entanto, devido à sua aparência. Ele pode ser mais visível para predadores, bem como mais vulnerável aos seres humanos.
Em 2017, por exemplo, um grupo de conservação teve que resgatar um raro orangotango albino de aldeões curiosos na parte indonésia da ilha de Bornéu. O animal foi reabilitado e devolvido para a natureza no ano seguinte.
Como o albinismo é uma condição hereditária, que vem de um gene recessivo, os conservacionistas do parque creem que há “um gene mutante” branqueador na população de pandas-gigantes em Wolong. Se este panda crescer até a maturidade e se acasalar com outro animal com o mesmo gene mutante, isso poderia resultar em mais um panda-gigante albino, ou na propagação do gene, no mínimo.
Os conservacionistas planejam intensificar o monitoramento da área para aprender mais sobre essa possibilidade e estudar outros animais na região.
Vulnerabilidade
A imagem inesperada faz parte de um projeto maior para estudar a ecologia dessa região chinesa.
No momento, os cientistas estão monitorando sete grandes porções do parque, cada uma com cerca de 20 quilômetros quadrados de tamanho, utilizando uma série de câmeras ativadas por movimento.
Pandas-gigantes são notoriamente difíceis de estudar, pois são criaturas solitárias que vivem em áreas montanhosas remotas. Atualmente listados como vulneráveis, de acordo com a Lista Vermelha da IUCN, menos de 1.000 destes animais em idade adulta existem na natureza. [Gizmodo]
Fonte: Hypescience