Mais de mil bombeiros e 14 aeronaves tentam conter um grande incêndio florestal que castiga o centro de Portugal, na mesma região onde dezenas de pessoas morreram em 2017. O vento e as altas temperaturas, que nesta segunda-feira (22/07) chegaram a quase 40°C, dificultam os trabalhos. Enormes colunas de fumaça eram vistas no horizonte pelo terceiro dia consecutivo.
Autoridades disseram que conseguiram controlar 90% do incêndio. Segundo o comandante de operações da Defesa Civil, Pedro Nunes, o fogo, que começou no sábado, já deixou 32 feridos, incluindo vários bombeiros, e ameaça especialmente a área de Castelo Branco.
O incêndio de Vila de Rei é apenas um dos cinco detectados no distrito de Castelo Branco, com outros quatro na vizinha Sertã que foram controlados ao longo do domingo. As chamas em Vila de Rei, Mação e Sertã levaram à evacuação de várias aldeias.
Desde que o início do incêndio, o fogo avançou mais de 25 quilômetros e cerca de 40 municípios estão ainda em risco máximo.
Nesta segunda-feira, o governo de Portugal pediu ajuda da Espanha. O país vizinho enviou dois aviões que transportam água. Após semanas de pouca chuva, as florestas da região estão secas, o que facilita a propagação das chamas.
A polícia portuguesa investiga as causas dos incêndios e deteve um homem de 55 anos suspeito de iniciar um deles perto da cidade de Castelo Branco.
Os incêndios florestais se tornaram comuns em Portugal nos últimos anos. Em 2017, mais de 100 pessoas morreram no país em decorrência do fogo nas matas. Especialistas e autoridades apontaram vários fatores que fazem de Portugal uma região vulnerável, entre eles grandes plantações de pinheiro e eucalipto, que queimam facilmente.
Ambientalistas pediram que o governo limitasse a região de plantação de eucalipto, no entanto, a safra é muito importante para a indústria de celulose do país. O governo afirma que está introduzindo restrições gradualmente. Especialistas dizem que Portugal precisa diversificar suas florestas para lidar melhor com os incêndios.
As mudanças climáticas são outro fator que impulsionou esse desastre. Com verões mais quentes, mais secos e mais longos, a temporada de incêndios que começava em julho e terminava em setembro, se estendeu agora de junho a outubro.
Nas últimas semanas, grandes incêndios florestais atingiram diversos países europeus, como a Espanha, Grécia e Alemanha. Autoridades da União Europeia (UE) alertaram sobre os incêndios florestais que se tornaram uma crescente ameaça ao continente.
Fonte: Deutsche Welle