O Banco Mundial aprovou neste mês um plano de investimento de 139 milhões de dólares para a gestão hídrica do Ceará. O projeto, anunciado na semana passada (8), deve beneficiar mais de 1 milhão de pessoas e fortalecer a confiança no abastecimento de água nos municípios participantes. A iniciativa também prevê melhoras na eficiência dos serviços de Fortaleza.
“Investimos muito para minimizar os efeitos da seca, com várias ações para aumentar a segurança hídrica. Este novo programa que será financiado pelo Banco Mundial nos possibilitará ampliar essas ações com impacto direto no bem-estar dos nossos cidadãos”, afirmou o governador do estado, Camilo Santana.
O Ceará tem uma população estimada em cerca de 9 milhões de pessoas e ocupa o sétimo lugar no país em termos de desigualdade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em torno de 17% da população do estado vive abaixo da linha da pobreza e 10% vivem em situação de extrema pobreza.
Aproximadamente 93% do território cearense é semiárido, com temperaturas muito altas, chuvas escassas e concentradas e problemas sérios de escassez hídrica. O estado é particularmente vulnerável a períodos prolongados de seca. O ciclo mais recente, em 2012-2017, reduziu drasticamente os níveis dos reservatórios, deteriorando a qualidade da água e levando à adoção de regras rigorosas para a alocação de recursos hídricos.
Os atuais cenários climáticos preveem riscos cada vez maiores de secas severas e prolongadas. Outro problema vivido pelo Ceará é a falta de eficiência na prestação de serviços hídricos.
O projeto do Banco Mundial vai controlar e reduzir as perdas de água, por meio de intervenções no controle da pressão e também através da setorização.
Outro eixo é a criação de Distritos de Medição e Controle (DMCs). Essas unidades serão estabelecidas em setores prioritários da distribuição de água em Fortaleza. Com os distritos, a empresa de abastecimento hídrico terá informações detalhadas sobre os problemas relacionados a perdas no sistema. A companhia também conseguirá regular as pressões com maior precisão e diminuir tanto as perdas reais, quanto as aparentes, em regiões menores.
“Este projeto promoverá o uso mais produtivo dos escassos recursos hídricos, aumentará o abastecimento de água na região mais seca e garantirá a disponibilidade de água, inclusive nos anos de escassez”, afirmou Paloma Anos Casero, diretora do Banco Mundial para o Brasil.
Com o projeto, as instituições parceiras esperam promover:
- Regularização de mais usuários estratégicos de água;
- Mais continuidade nos sistemas de água abastecidos pelo Sistema Adutor Banabuiú — Sertão Central;
- Aumento do número de beneficiários, que terão serviços de água mais confiáveis;
- Redução da taxa de Água Não Faturada em Fortaleza.
Os recursos do Banco Mundial serão disponibilizados pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). A contrapartida do governo federal para o montante de 139 milhões é de 34,97 milhões de dólares. O empréstimo tem vigência de 20 anos e um período de carência de cinco anos.
Fonte: ONU