Uma espécie de besouro recém-descoberta recebeu o nome da jovem ativista climática Greta Thunberg.
A Nelloptodes greta tem pouca semelhança com sua xará — tem menos de 1 mm de comprimento e não possui olhos.
O inseto, no entanto, tem duas antenas longas parecidas com tranças.
O cientista Michael Darby disse que escolheu o nome porque ficou “imensamente impressionado” com a campanha ambiental da adolescente sueca.
A N. gretae foi encontrada pela primeira vez no Quênia na década de 1960 por William Block, que doou suas amostras para o Museu de História Natural de Londres em 1978. Ela está presente em uma das coleções do museu desde então.
Darby estava estudando essa coleção quando deparou com espécies ainda sem nome.
Ao nomear o besouro em homenagem a Thunberg, ele disse que “queria reconhecer sua excelente contribuição para aumentar a conscientização sobre questões ambientais”.
Agora, o inseto foi formalmente nomeado na Revista Mensal de Entomologia.
Max Barclay, curador sênior do museu responsável pelo setor de besouros, disse que o nome era adequado porque “é provável que espécies desconhecidas estejam sendo perdidas o tempo todo, antes mesmo que os cientistas as tenham identificado, devido à perda da biodiversidade”.
“Portanto, é apropriado nomear uma das mais recentes descobertas em homenagem a alguém que trabalhou tão duro para defender o mundo natural e proteger as espécies vulneráveis”, acrescentou.
Quem mais tem um animal com seu nome?
Para os cientistas, nomear espécies recém-descobertas com seus próprios nomes não pega muito bem, portanto eles precisam ser mais criativos.
É por isso que agora temos um parasita com o nome de Bob Marley (Gnathia marleyi), um gênero de peixe chamado Richard Dawkins (Dawkinsia) e um pequeno grupo de espécies — algumas vivas, outras extintas — com o nome de David Attenborough.
Às vezes, animais recebem o nome de celebridades que os cientistas admiram, como o besouro N. gretae, ou uma aranha chamada Spintharus leonardodicaprioi.
Outras vezes, é porque a celebridade é conhecida por ter um carinho especial por esse animal — como no lêmure batizado depois do ator John Cleese, Avahi cleesei.
E às vezes os animais têm alguma semelhança com a celebridade de quem receberam o nome.
Por exemplo, há uma mosca de cabelos dourados com o nome de Beyoncé – Scaptia beyonceae. Há também uma mariposa chamada Neopalpa donaldtrumpi que, segundo o biólogo Vazrick Nazari disse em 2017, é conhecida por sua distinta cabeça loira e órgãos genitais “relativamente pequenos”.
E, no ano passado, Donald Trump teve outro animal batizado com o nome dele — um anfíbio que enterra a cabeça na areia. O Dermophis donaldtrumpi recebeu esse nome por causa dos comentários do presidente dos EUA sobre as mudanças climáticas.
Ao contrário de quando você nomeia um animal de estimação, os nomes científicos duram para sempre.
Talvez não exista um alerta mais estridente sobre os perigos disso do que o Anophthalmus hitleri, um besouro cego condenado a ser nomeado para sempre com o nome de Adolf Hitler por um admirador alemão em 1933.
Fonte: BBC