A namorada do montanhista paranaense morto picado por uma cobra durante uma trilha em um morro no Panamá achou que ele estava dormindo quando o encontrou caído em uma pedra.
Sandro Godoy, de 45 anos, foi picado ao tentar socorrer a namorada, Queila Souza, que sofreu uma queda durante o percurso.
Os montanhistas subiram o Cerro Tinidad no domingo (24). Ao descer da trilha, Queila escorregou, caiu por cerca de 200 metros e ficou desacordada até a noite. Na manhã seguinte, ela subiu a trilha para procurar o namorado e encontrou Sandro morto.
“Eu encontrei o Sandro deitado em uma pedra. Achei que ele estava dormindo, então fui mexer nele, e o corpo já estava frio”, afirmou Queila.
De acordo com ela, o montanhista estava com a mão e os lábios roxos e com algumas marcas de sangue. “O bombeiro disse que tem pegadas dele tentando descer para me resgatar, talvez nesse momento que ele foi picado”, afirmou a namorada.
Segundo Queila, Sandro tinha experiência com trilhas em montanhas. “Ele era muito cuidadoso. Tinha muita experiência para andar no matagal, sempre sabia desviar das cobras, sempre muito cuidadoso”, afirmou.
Queda
Queila não se lembra exatamente o momento em que sofreu a queda. Segundo ela, o casal chegou ao topo do morro, tirou fotos, comeu e começou o caminho de volta.
“Essa é a última lembrança que tenho, depois não lembro de mais nada. Provavelmente aconteceu no momento em que estávamos voltando, porque eu caí com a minha mochila”, afirmou.
Segundo Queila, ela ficou desacordada por horas e só recobrou a consciência quando já era noite.
“Eu não estava enxergando nada e preferi ficar onde estava até que amanhecesse o dia, e eu pudesse encontrar o melhor caminho para subir”, disse.
Mesmo machucada, ela subiu novamente a trilha se agarrando a algumas raízes, até que encontrou o companheiro.
Sandro Godoy morava no Panamá há cerca de um ano e meio.
Arrecadação
Os familiares e amigos do montanhista estão tentando a liberação do corpo de Sandro Godoy para realizar o enterro do paranaense.
Segundo a família, o principal problema é conseguir o dinheiro necessário para o transporte do corpo, cerca de R$ 35 mil.
O grupo montou uma ação de arrecadação de doações e se mobilizou para vender água em um semáforo da Rua João Bettega, em Curitiba.
Fonte: G1