Uma nova campanha do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) faz um alerta: a não ser que medidas urgentes sejam tomadas, o elefante africano pode ser extinto até 2040. De acordo com a organização, a população de elefantes africanos diminuiu 70% desde os anos 1980, sendo a caça para comércio ilegal de marfim o principal motivo.
A perda definitiva de elefantes africanos pode ter um efeito profundo sobre o ecossistema em geral (assim como qualquer outra espécie, claro). Isso porque o animal tem a capacidade de fertilizar grandes áreas, gerando importantes áreas verdes e de sobrevivência para outras especies.
Depois de atingir o pico em 2011, a caça furtiva de elefantes africanos diminuiu — mas não o suficiente: até 20 mil elefantes são mortos anualmente por causa de marfim ou carne ainda hoje. E o método é cruel: caçadores ultilizam armas ou flechas envenenadas que machucam o animal, mas não o matam imediatamente.
“Quando o elefante está no chão, os caçadores furtivos cortam seus tendões para imobilizá-lo, condenando-o a uma morte dolorosa. Para que o elefante perca mais rapidamente seu sangue, eles cortam sua tromba”, explica Pauwel De Wachter, coordenador da WWF na África Ocidental, em comunicado.
Há duas espécies diferentes de elefantes africanos, o Loxodonta cyclotis, que vive na África Ocidental e na Bacia do Congo, e o Loxodonta africana, que pode ser encontrado em uma variedade de habitats em dezenas de países africanos.
A Bélgica é um país importante no combate ao tráfico ilegal de marfim. Entre 2007 e 2016, os funcionários aduaneiros belgas apreenderam 3.616 produtos de marfim vindos principalmente da África Central e da África Ocidental. A maioria deles passa pelo aeroporto de Bruxelas, mas tem a China como destino final.
Alguns países, inclusive a China, estão fazendo restrições para diminuir o comércio ilegal, como dar auxílio financeiro a projetos de apoio que combatem diretamente a caça furtiva e protegem as áreas onde vivem os elefantes. Ainda assim, ambas as espécies ainda estão listadas como vulneráveis à extinção na Lista Vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).
Fonte: Revista Galileu