Não é novidade que as vaquitas fazem parte do grupo de mamíferos marinhos mais ameaçados de extinção. Segundo estimativas divulgadas em julho, apenas 19 destes animais ainda estavam vivos à época. No entanto, uma expedição realizada por biólogos no fim de outubro trouxe esperanças à espécie.
Isso porque, de acordo com um estudo publicado no Marine Mammal Science, seis vaquitas foram avistadas com filhotes no Golfo da Califórnia, no México. Como explicaram os especialistas, esse fato prova a resiliência dos animais: “A capacidade de uma pequena população se recuperar após um declínio severo é fortemente influenciada por sua biologia reprodutiva”, escreveram os autores do artigo.
As vaquitas vivem apenas em uma pequena faixa ao norte do Golfo da Califórnia e, apesar dos esforços do governo mexicano para impor um refúgio protegido, práticas ilegais de pesca continuam ameaçando a espécie. Isso porque esses animais dividem seu habitat com o peixe totoaba (também criticamente ameaçado), que é caçado por comerciantes. Logo, quando esses peixes são capturados, algumas vaquitas acabam ficando presas nas redes dos pescadores e morrendo.
Pensando nisso, esforços para salvar a espécie da extinção iminente incluíram o governo do México e a Fundação Leonardo DiCaprio. Em 2017, eles tentaram criar um cativeiro para proporcionar a reprodução da espécie, mas o plano foi cancelado quando uma fêmea morreu pouco após ser capturada.
Por isso, Lorenzo Rojas-Bracho, um dos autores e chefe do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Marinhos da Comissão Nacional Mexicana de Áreas Naturais Protegidas, e sua equipe estão desenvolvendo um projeto de monitoramento da espécie. A ideia é pesquisar uma alternativa mais apropriada para proteger as vaquitas.
“Temos animais que foram capazes de sobreviver todos esses anos, e é importante protegê-los, porque a sobrevivência da vaquita depende dos indivíduos que temos agora”, afirmou Rojas-Bracho, ao San Diego Union-Tribune.
Fonte: Revista Galileu