Os oceanos não raro são chamados a “última fronteira inexplorada” e alguns de seus habitantes, os peixes, estão entre os vertebrados mais esquisitos do planeta. E eles não vivem só nas profundezas ou em água salgada, e são encontrados também em rios e lagoas. Do horripilante tubarão-duende ao pesado peixe-lua, conheça 5 dos peixes mais bizarros:
Tubarão-duende
Raramente encontrado com vida, habita o fundo do mar e já foi encontrado a 1,2 quilômetros de profundidade nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. Com aparência viscosa, parece um alienígena marinho e é um dos últimos representantes de uma família de tubarões que prosperou no período Cretáceo, há 125 milhões de anos. Apesar da aparência assustadora, é bastante preguiçoso e se alimenta somente de lulas, camarões, polvos e outros moluscos que também habitam no fundo do mar, sem risco para humanos (até porque dificilmente um humano sobreviveria a tamanha profundidade).
O peixe-lua é o maior e mais pesado peixe ósseo do mundo, costumando entre 247 quilos e 1 tonelada. A principal característica é o formato achatado, alto e de arredondado — daí o seu nome. Já o nome científico, Mola mola, deriva do latim “mola”, que remete à pedra de amolar, por causa da cor cinza, da textura rugosa e do formato redondo.
Mas são duas peculiaridades que chamam atenção neste peixe bizarro. A primeira é o fato de não terem barbatanas traseiras, locomovendo-se com o movimento das barbatanas laterais e anais, de forma lenta e esquisita. Outro fato interessante é terem sangue quente, o que os torna capazes de manter a temperatura corporal 12ºC acima da temperatura da água. Isso os ajuda a ter mais energia para navegar por centenas de quilômetros de distância.
Os peixes-lua são predadores naturais de pequenos peixes, larvas, moluscos, crustáceos e águas-vivas, mas servem como alimento para leões marinhos, orcas e tubarões. Em regiões como Japão, Coreias e Taiwan, são consumidos como iguaria, e no Brasil está na lista de peixes ameaçados de extinção.
Peixe-pênis
O peixe-pênis (Urechis unicinctus) é uma espécie de verme marinho encontrado na costa da China, Coreias e Japão. É um animal de corpo cilíndrico, que mede entre 10 e 30 centímetros de comprimento, com uma cor amarronzada. Os peixes-pênis se alimentam de detritos depositados no fundo do mar ao lançarem, com um movimento para trás, uma rede mucosa que gruda nas paredes da cova. Por uma contração peristáltica, o verme agita a água, fazendo os detritos grudarem na mucosa. Então, ele faz um novo movimento, desta vez para frente, e engole a rede, digerindo o alimento
Como muitos animais marinhos, o peixe-pênis também é uma iguaria na região em que habita. Pela sua semelhança com o órgão genital masculino, acredita-se que ele tenha propriedades afrodisíacas. Na Coreia, por exemplo, é costume comê-lo cru, temperado com sal, óleo de gergelim e molho de pimenta. Seu gosto é salgado e doce ao mesmo tempo, e ele tem uma textura carnuda.
Peixe-bolha
Aparentemente, o peixe-bolha ou peixe-gota (Psychrolutes marcidus) não tem nada de anormal. Vive em águas profundas, entre 600 e 1200 metros, nas costas da Austrália e da Tasmânia, e costuma medir cerca de 30 centímetros. Nessas profundidades, a pressão torna ineficiente o movimento de impulsão das bexigas natatórias. Em vez disso, para se manter flutuando acima do fundo do mar, a carne dos peixes-bolha é gelatinosa, com uma densidade próxima da água.
O que torna os peixes-bolha bizarros é a aparência quando são trazidos à superfície. Por causa da musculatura gelatinosa, na pressão do nível do mar eles acabam ficando flácidos, assumindo uma feição quase humana e ao mesmo tempo grotesca.
Peixe com cara de gente
Em 2019, um animal misterioso agitou um povoado na China e, posteriormente, as redes sociais. Um vídeo amador feito por um turista na cidade de Kunming mostrou um peixe com feições humanas subindo à superfície de um lago. Tão rápido, a internet começou com as teorias da conspiração: seria o peixe humano fruto de uma mutação genética causada por poluição ou radiação?
A resposta surgiu dias depois e foi mais simples do que esperado. O peixe humano na verdade era uma simples carpa-fantasma, uma variedade de carpa (Cyprinus carpio) ornamental obtida através de cruzamentos. As feições humanas nada mais eram do que as manchas na pele do peixe, que formam padrões complexos.
Fonte: Revista Galileu