“Não temos muito mais tempo para promover a virada sustentável no mundo. Para mudar este cenário a partir de agora, acredito que existam três caminhos: política pública, sociedade e negócio. Com todos os agentes olhando para a mesma direção e trabalhando juntos em busca do capitalismo consciente”. A frase é de Dario Neto, co-fundador do Grupo Anga e agora diretor-geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Neto assumiu o posto de Hugo Bethlem, que agora passa a ser presidente do conselho do ICCB.
De acordo com Neto, a união dos três grupos é importante para a criação de um novo capitalismo ― que é crucial para ter um mundo mais sustentável. “Nos últimos 200 anos tivemos substancial geração de riqueza no mundo e aumento da expectativa de vida das pessoas. Por outro lado, testemunhamos uma acentuação enorme da desigualdade e de diversos problemas sociais e ambientais. Um capitalismo implementado na prática com amor e cuidado por todos os stakeholders ― que inclui o shareholder [acionista] ― pode fazer com que as empresas no mundo sejam protagonistas na cura das dores da sociedade”, afirma.
Neto destaca que as empresas precisam envolver os gestores e líderes de cada equipe sobre o assunto. Segundo ele, os pilares de sustentabilidade de cada organização devem estar alinhados com todos os funcionários. “Só assim conseguiremos ter a virada cultural dentro das empresas”, diz.
Para este ano, o objetivo de Neto é levar a mensagem do novo capitalismo ― o consciente ― para outras regiões. “Quero que a mensagem saia de São Paulo e chegue em todas as cidades do país”, afirma. O novo diretor-geral destaca que durante anos, o instituto mostrou a razão da importância de mudar a cultura do capitalismo. E agora, a missão é ajudar as empresas a entenderem a jornada de consciência. “Quero ajudá-las a dar o próximo passo: o de sustentar esse propósito. E a minha missão como instituto é ajudá-las com conhecimento, investimento e tecnologia”, diz.
A expectativa de Neto é criar uma tecnologia capaz de avaliar o nível de conscientização das empresas em relação à sustentabilidade. Para isso, ele prevê receber R$ 1 milhão em investimento. O capital deve vir de investidores-anjos e do próprio Instituto no Brasil. “Essa tecnologia é quase o ponto de partida da nossa comunidade. Vamos saber quais são os níveis de consciência de cada organização com o uso da tecnologia. De acordo com o resultado, vamos oferecer consultorias com consultores parceiros do Instituto”, afirma Neto.
Fonte: G1