Apesar de serem admirados como símbolos de força e coragem no mundo inteiro, as populações de leões africanos diminuíram pela metade nos últimos 25 anos.
- Nome comum: leão-africano
- Nome científico: Panthera leo
- Classe: mamíferos
- Dieta: carnívoro
- Coletivo: alcateia, bando
- Tamanho: corpo e cabeça: 1,37 a 2 m; cauda: 66 a 100 cm
- Peso: 120 a 190 quilos
- Status de conservação: vulnerável
- Tendência populacional: em declínio
Leões-africanos vêm sendo admirados ao longo de toda a história como símbolos de coragem e força. Esses animais icônicos possuem corpos poderosos – na família dos felinos, estão em segundo lugar em tamanho, atrás apenas dos tigres – e seus rugidos podem ser ouvidos a uma distância de até oito quilômetros. A pelagem de um leão adulto é de coloração amarela-dourada e os jovens apresentam algumas manchas claras que somem com a idade. Em geral, apenas leões machos exibem jubas, o impressionante “adorno” de pelos longos ao redor de suas cabeças.
Habitat
Leões-africanos já habitaram a maior parte da África e algumas regiões da Ásia e Europa. Mas a espécie desapareceu de 94% de sua área de distribuição histórica e, atualmente, são encontrados somente em partes da África subsaariana. Esses leões ficam principalmente em pradarias, matas ou campinas abertas, onde podem caçar suas presas com mais facilidade, mas também podem viver na maioria dos habitats, com exceção de florestas tropicais e desertos.
Leões-asiáticos (Panthera leo persica) são uma subespécie do leão-africano, mas apenas uma população muito pequena ainda sobrevive na Floresta de Gir, na Índia.
Bandos de leões e sua caça
Leões são os únicos felinos que vivem em grupos, que são chamados de bandos – embora também exista uma população de leões solitários. Bandos são unidades familiares que podem ser compostas por dois até 40 leões – incluindo três ou quatro machos, no máximo, cerca de uma dúzia de fêmeas e sua cria. Todas as leoas de um bando são parentes e filhotes fêmeas geralmente permanecem com seu grupo à medida que crescem. Machos jovens acabam saindo e formando seus próprios bandos, “tomando” um grupo liderado por outro macho.
Os machos defendem o território de seu bando, demarcando a área com urina, rugindo de forma ameaçadora para alertar invasores e afugentar animais que, apesar disso tudo, invadem suas áreas.
As leoas são responsáveis pela caça e líderes do bando. Elas frequentemente agem em conjunto para caçar antílopes, zebras, gnus e outros grandes animais das savanas. Muitos desses animais são mais velozes que os leões, então o trabalho em equipe é importante. As leoas também criam seus filhotes de forma comunitária.
Após a caçada, com frequência o esforço do grupo acaba em confronto em relação à divisão da comida e os filhotes são os últimos na ordem de prioridade. Leões jovens não ajudam a caçar até completarem cerca de um ano de idade. Leões podem caçar sozinhos se surgir a oportunidade e também roubam os animais mortos por hienas ou cães selvagens.
Ameaças à sobrevivência
Hoje em dia, há apenas metade da quantidade de leões-africanos que havia 25 anos atrás. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) estima que restam menos de 25 mil leões na África, motivo pelo qual a organização os classifica como vulneráveis à extinção.
Os leões-africanos enfrentam uma variedade de ameaças – e a maioria delas pode ser atribuída aos humanos. Com medo de que leões cacem seu rebanho, o que pode constituir um abalo financeiro significativo, fazendeiros acabam matando os animais em retaliação e como uma medida preventiva, às vezes com o uso de pesticidas como veneno. Além disso, a espécie é alvo de caçadores ilegais, pois seus ossos e outras partes corporais são valiosos no mercado clandestino de espécies selvagens.
O papel exercido pela caça por esporte é controverso. No passado, a caça sem regras fez com que os leões desaparecessem de alguns habitats, embora os caçadores e as pessoas envolvidas na indústria aleguem que as taxas cobradas pela caça geram dinheiro para a conservação dos leões. O Explorador da National Geographic Craig Packer, no entanto, afirmou que a quantia gerada pela caça é tão “irrisória… [que] não é de se admirar que apesar da caça a leões ser permitida há anos em [alguns] países, a população despencou.”
Algo que estimula ainda mais o conflito entre leões e humanos é a escassez de presas disponíveis para a espécie. As presas de leões-africanos são os grandes herbívoros, uma população que está sendo caçada para o crescente comércio de carne de animais selvagens. A IUCN estima que essas populações reduziram em até 52% no leste africano e em 85% no oeste da África. Com menos alimentos disponíveis na natureza, é mais provável que leões passem a caçar animais domesticados, como o gado.
Conservação
Ajudar os humanos a aprenderem como conviver com leões é essencial para garantir sua sobrevivência. Organizações de conservação estão trabalhando para mudar as atitudes em relação aos leões por meio de iniciativas de compensação. Alguns desses modelos oferecem recompensas financeiras às comunidades quando suas populações locais de leões aumentam, ao passo que outras pagam um valor aos fazendeiros para compensar o gado que foi morto pelos leões.
Outros conservacionistas se concentraram na criação de áreas protegidas para os leões. Na área de Selinda, em Botsuana, somente uma única leoa e seu filhote viviam no local quando os cineastas e Exploradores da National Geographic, Dereck e Beverly Joubert, transformaram a terra em uma reserva protegida e acampamento de turismo fotográfico. Agora, aproximadamente cem leões ocupam a reserva.
No Delta do Zambezi, em Moçambique, onde os efeitos de uma guerra civil de longa duração fizeram com que a quantidade de leões caísse drasticamente, o maior projeto de translocação de leões da história levou para lá 24 leões diretamente da África do Sul, em 2018, – atualmente eles estão familiarizados com o local e começando a ter filhotes.
Fonte: National Geographic