Tartarugas são seres incríveis. Um vídeo com 64.000 delas é praticamente perfeição.
E agora temos a oportunidade de apreciar tal perfeição graças ao governo estadual de Queensland, na Austrália.
Seu Departamento de Meio Ambiente compartilhou uma filmagem impressionante de uma gigantesca colônia de tartarugas marinhas na ilha de Raine, onde elas fazem seus ninhos.
Tartarugas-verdes
A protagonista do vídeo acima é chamada de tartaruga-verde (Chelonia mydas), também conhecida como uruanã ou aruanã, uma espécie marinha atualmente ameaçada de extinção devido a vários fatores, incluindo caça furtiva, colheita de ovos, colisões com barcos, redes de pescadores que não possuem dispositivos de exclusão de tartarugas, poluição e perda de habitat. Não é mole o que essas tartarugas têm que aguentar, não é mesmo?
E é justamente pelo perigo que elas enfrentam que os cientistas decidiram ficar de olho nas suas populações, na esperança de ajudar a espécie a sobreviver.
Contagem usando drone
Contar corretamente o número de indivíduos em uma colônia de tartarugas-verdes não é uma tarefa das mais simples.
“Métodos anteriores de pesquisa populacional envolviam pintar uma faixa branca na casca das tartarugas-verdes quando elas estavam nidificando na praia. A tinta não é tóxica e é lavada em alguns dias. Depois, a partir de um pequeno barco, tartarugas pintadas e não pintadas eram contadas, mas os olhos são atraídos muito mais para uma tartaruga com uma faixa branca brilhante do que para uma tartaruga sem pintura, resultando em contagens tendenciosas e precisão reduzida. Tentar contar com precisão milhares de tartarugas pintadas e não pintadas de um pequeno barco em condições turbulentas é difícil”, explicou o Dr. Andrew Dunstan, membro do Departamento de Meio Ambiente e Ciência do governo de Queensland, em um comunicado à imprensa.
Logo, em dezembro de 2019, os pesquisadores decidiram inovar e utilizar um outro meio de pesquisa populacional: imagens de drone. O veículo fotografou uma enseada de coral com cerca de 32 hectares de área total na borda externa da Grande Barreira de Corais, cerca de 620 quilômetros a noroeste de Cairns, na Austrália.
De acordo com o Dr. Dunstan, o uso de drone é “mais fácil, seguro e muito mais preciso”, economizando tempo valioso em campo e minimizando o impacto potencial na natureza. Além disso, possui a vantagem adicional de que os dados podem ser armazenados imediatamente e permanentemente.
A filmagem resultante foi analisada quadro a quadro em um laboratório, o que levou a uma estimativa de cerca de 64.000 tartarugas-verdes na ilha de Raine, avançando em direção à terra para pôr os seus ovos. A nova contagem levou a conclusão de que os números passados foram subestimados por um fator de 1,73.
Esforço de conservação
A ação de contagem populacional utilizando drone é parte do projeto “Raine Island Recovery Project”, um esforço de conservação cujo objetivo é proteger e recuperar o habitat da ilha australiana, garantindo o futuro das principais espécies marinhas locais.
As áreas de nidificação em Raine são consideradas a maior agregação de tartarugas-verdes do mundo, de forma que a filmagem recente representa um raro vislumbre desse fenômeno.
O “Raine Island Recovery Project” é uma colaboração de cinco anos e 7,95 milhões de dólares entre o governo de Queensland, a multinacional mineradora e petrolífera BHP, a Autoridade de Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, a Fundação Grande Barreira de Corais e grupos aborígenes proprietários tradicionais da área, como o povo Wuthathi e a nação Kemer Kemer Meriam (Ugar, Mer, Erub). [BoredPanda]
Fonte: Hypescience